EM UM CENÁRIO FREQUENTEMENTE ATUALIZADO DA NATURALIZAÇÃO DE VIOLÊNCIAS A SUJEITOS
HISTORICAMENTE PERIFERIZADOS, TÍPICO DE UM EXERCÍCIO NECROPOLÍTICO, OS CORPOS DISSIDENTES DA
NORMA CIS-HÉTERO-PATRIARCAL-BRANCA VIGENTE TÊM SIDO ALVOS DE FERRAMENTAS BIONECROPOLÍTICAS QUE
OS ENQUADRAM EM CORPOS ABJETIFICADOS E, POR CONSEQUÊNCIA, MATÁVEIS. NESSAS CIRCUNSTÂNCIAS, O
PRESENTE TRABALHO OBJETIVA DELINEAR O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA FRENTE DE EXTENSÃO DO PROJETO
HISTÓRIAS DESMEDIDAS, VINCULADO AO VIESES-UFC E AO DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA DA UFC.
ESSA FRENTE IRÁ FUNCIONAR A PARTIR DE ESCUTAS SENSÍVEIS ACERCA DO COTIDIANO DE JOVENS LGBTQIA+
EM UM GRUPO VIRTUAL, SEMANAL. APESAR DE NÃO SE TRATAR DE UM GRUPO TERAPÊUTICO, ESSA AÇÃO É
PENSADA A PARTIR DA ARTICULAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA E DEMAIS EPISTEMOLOGIAS QUE VERSAM SOBRE
GÊNERO E SEXUALIDADE. COM ISSO, PRETENDE-SE DISCUTIR A RELEVÂNCIA DA COMPOSIÇÃO DESSA AÇÃO
DIANTE DO ATUAL CENÁRIO DE VIOLÊNCIA URBANA NO CEARÁ, EFEITO DA RACIONALIDADE NEOLIBERAL DE BASE
COLONIAL, QUE TEM PERPETUADO LÓGICAS DE APRISIONAMENTOS QUE INCIDEM NAS FORMAS DE
SUBJETIVAÇÃO DOS SUJEITOS LGBTQIA+, RESULTANDO EM PROCESSOS DE EXCLUSÃO, SILENCIAMENTO,
APAGAMENTO E DE SOFRIMENTO PSÍQUICO. ASSIM, REFLETE-SE SOBRE O DISPOSITIVO-GRUPO, COM FOCO NA
DIMENSÃO POLÍTICA E PSICOSSOCIAL DA MEMÓRIA, COMO UMA FERRAMENTA POSSÍVEL DE CONTRIBUIÇÃO À
RE-EXISTÊNCIA DIÁRIA DESSE PÚBLICO, DISCUTINDO SUAS POTENCIALIDADES DE AGENCIAMENTO DE NOVOS
TERRITÓRIOS EXISTENCIAIS, EM QUE, AO REVISITAR A PRÓPRIA HISTÓRIA DAS PESSOAS DISSIDENTES, É POSSÍVEL
CONSTRUIR UMA REDE DE SIGNIFICAÇÕES E DE PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES SINGULARES E PLURAIS, ALÉM
DE ATUAR NA QUEBRA DE SILENCIAMENTOS HISTÓRICOS AO PÚBLICO, FUNCIONANDO COMO ESPAÇOS DE
ACOLHIMENTO E RESISTÊNCIA A ESSE CENÁRIO.