O PRESENTE TRABALHO PARTE DE UM DOS GRANDES CONFLITOS DA HUMANIDADE: O EMBATE ENTRE A CULTURA E NATUREZA. É A PARTIR DESSE CONFRONTO QUE PERCORREMOS CAMINHOS TORTUOSOS PARA MERGULHAR EM DUAS DAS MAIS CONTUNDENTES OBRAS DO CINEMA CONTEMPORÂNEO: MAL DOS TRÓPICOS (APICHATPONG WEERASETHAKUL, 2004) E O FANTASMA (JOÃO PEDRO RODRIGUES, 2000). A QUESTÃO PARTE DOS LIMITES DA CARNE EXPLORADO PELOS REALIZADORES PARA EXPANDIR A PRESENÇA DE UM MESMO SIGNO NAS DUAS OBRAS: O CORPO-BICHO. O QUE TAL SINTOMA REPRESENTA EM CADA UMA DAS HISTÓRIAS? O CORPO EM CRISE QUE SE METAMORFOSEIA EM FRENTE DAS LENTES DOS REALIZADORES É NOSSA PRINCIPAL MATÉRIA-PRIMA PARA LOCALIZAR OS DESDOBRAMENTOS NARRATIVOS E DE REPRESENTAÇÃO DESTE TRABALHO. A PARTIR DAS IDEIAS FORMULADAS POR FREUD EM MAL-ESTAR NA CULTURA (1929), ESPECULANDO QUE A CIVILIZAÇÃO SERIA A MAIOR RESPONSÁVEL PELO SOFRIMENTO HUMANO, PROBLETIZAREMOS A ESCOLHA DOS REALIZADORES DE TRAZER A FORMA ANIMAL COMO MECANISMO PARA A REPRESENTAÇÃO DA ANGÚSTIA DE SEUS PERSONAGENS. À LUZ DAS IDEIAS DE J. LACAN, MARIE JOSÉ MONDZAIN E E. CANETTI, O CORPO EMERGE COMO MATERIAL SENSÍVEL QUE IMPRIME UM POSSÍVEL LUGAR DO SUJEITO HOMOAFETIVO CONTEMPORÂNEO.