ESTE TRABALHO FAZ PARTE DE UMA PESQUISA ETNOGRÁFICA MAIS AMPLA QUE TEM COMO TEMÁTICA A ARTICULAÇÃO ENTRE MATERNIDADE, CARREIRA CIENTÍFICA E ANTROPOLOGIA. AQUI, BUSCAMOS TRAZER REFLEXÕES QUE EMERGIRAM DURANTE INTERAÇÃO COM NOSSAS INTERLOCUTORAS: MULHERES NEGRAS, ANTROPÓLOGAS E MÃES. SABEMOS QUE AS PRODUÇÕES INTELECTUAIS CARREGAM JUNTO DE SI A SUBJETIVIDADE E EXPERIÊNCIAS DE QUEM AS PRODUZ; PERGUNTAMO-NOS DE QUE MANEIRA SE ARTICULAM ESSAS EXPERIÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO QUANDO ENVOLVEM A EXPERIÊNCIA DA MATERNIDADE, QUESTÕES RACIAIS E DE GÊNERO EM CONTEXTO RACIALIZADO E RACISTA COMO A UNIVERSIDADE BRASILEIRA. A PARTIR DA PERSPECTIVA DA ANTROPOLOGIA FEMINISTA, POR MEIO DO DIÁLOGO COM LÉLIA GONZALEZ, MIRIAM GROSSI, DONNA HARAWAY E SHERRY ORTNER, COMPREENDEMOS QUE APESAR DE HAVER UM PROJETO DE NAÇÃO QUE OBJETIFICA AS MULHERES NEGRAS, BUSCANDO ENCERRA-LAS NOS ESTEREÓTIPOS DA MULATA, DA DOMÉSTICA E OU DA MÃE PRETA COMO ARGUMENTOU LÉLIA GONZALEZ, AS INTERLOCUTORAS DESTA PESQUISA DESAFIAM ESTES MODELOS, AO LANÇAREM MÃOS DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS, AFIRMANDO A SUA PRODUÇÃO INTELECTUAL. SE AS NARRATIVAS DAS NOSSAS INTERLOCUTORAS SUGEREM QUE NÃO HÁ COMO DISSOCIAR A MATERNIDADE DE SUAS PRODUÇÕES INTELECTUAIS E ARTÍSTICAS, TAMBÉM ELAS NOS LEVAM À COMPREENSÃO DE QUE SUAS PRODUÇÕES E A SUA MATERNAGEM SÃO FORMAS DE RESISTÊNCIA ÀS MAIS VARIADAS FORMAS DE VIOLÊNCIA - RELIGIOSA, RACIAL, DE GÊNERO E SEXUAL -, SUBVERSÃO DESTAS POSIÇÕES HISTORICAMENTE DETERMINADAS E A SUA TRANSFORMAÇÃO.