NA CONTEMPORANEIDADE, A INTERNET TEM SIDO MAIS DO QUE APENAS UM MEIO DE DIVULGAÇÃO E CONSUMO DE NOTÍCIAS, POIS TEM SE MOSTRADO COMO PALCO DE PROPAGAÇÃO EM MASSA DE FAKE NEWS E DE PRÁTICAS DE LINCHAMENTO VIRTUAL. O TERMO “CULTURA DO CANCELAMENTO” TEM SIDO RECORRENTEMENTE ATRIBUÍDO AO ATO DE NÃO TOLERAR DISCURSOS QUE DESLEGITIMEM CORPOS, GÊNEROS, ETNIAS/RAÇAS, CLASSES E DEMAIS ESSÊNCIAS DA IDENTIDADE E DA DIFERENÇA. NO ENTANTO, SUAS PRÁTICAS NOS SÍTIOS DISCURSIVOS ONLINE TÊM REVELADO FACES MAIS PROBLEMÁTICAS: PEDAGOGIAS DO SILÊNCIO, LINCHAMENTO, VIOLÊNCIA VIRTUAL, VIGILÂNCIA E PODER. OS ALVOS DO CANCELAMENTO TÊM SIDO ARTISTAS E FIGURAS PÚBLICAS QUE SE POSICIONAM OU NÃO SOBRE DETERMINADAS CONDUTAS APONTADAS COMO ERRADAS, OS QUAIS NÃO TÊM POSSIBILIDADE DE DIALOGAR OU REFLETIR SOBRE SUAS ATITUDES POSTERIORMENTE. TENDO COMO VEÍCULO AS MÍDIAS SOCIAIS, A “CULTURA DO CANCELAMENTO”, QUANDO APROXIMADA AOS ESTUDOS CULTURAIS, PODE SER PERCEBIDA COM UMA PEDAGOGIA CULTURAL, A QUAL BUSCA EDUCAR O SUJEITO, LEGITIMAR E INSTALAR IDEIAS TIDAS COMO VERDADES. SENDO ASSIM, EM QUAIS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS A “CULTURA DO CANCELAMENTO” VEM OPERANDO? O QUE ELA (NÃO) NOS ENSINA? QUAIS OS LIMITES E (IM)POSSIBILIDADES PARA DISCUTIR SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADES NAS MÍDIAS DE FORMAS MENOS NOCIVAS, MAS SIM PROBLEMATIZADORAS? POR MEIO DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, A PRESENTE PESQUISA SE PROPÕE A REFLETIR SOBRE OS REGIMES DE VERDADE EM QUE A “CULTURA DO CANCELAMENTO” REPOUSA, BEM COMO SE ARRISCARÁ A COMPREENDER SOBRE COMO SUAS PEDAGOGIAS MUTAM A VOZ DO OUTRO, IMPOSSIBILITANDO A APRENDIZAGEM PELAS (IN)DIFERENÇAS.