NESTE ENSAIO, APRESENTO RELATOS ETNOGRÁFICOS E AUTOETNOGRÁFICOS SOBRE OS PERCURSOS AFETIVOS-SEXUAIS DE EVANGÉLICAS DESIGREJADAS, ARTICULADOS À NOÇÃO NATIVA DE “CULTURA DA PUREZA”. PARA TANTO, A PESQUISA PARTIRÁ DA DISCUSSÃO PRODUZIDA PELO PODCAST REDOMASCAST, NO INTUITO DE JUSTAPOR AS HISTÓRIAS NARRADAS NO EPISÓDIO ÀQUELAS ENCONTRADAS EM CAMPO. COMO REFERENCIAL TEÓRICO, SIGO A PERSPECTIVA DOS SABERES LOCALIZADOS, DE INSPIRAÇÃO EPISTEMOLÓGICA ASSOCIADA À ANTROPOLOGIA FEMINISTA. A TRAJETÓRIA RELIGIOSA E O PERCURSO AFETIVO-SEXUAL DA PESQUISADORA DIALOGARÃO COM AS EXPERIÊNCIAS ACESSADAS, TANTO EM SEU TRABALHO DE CAMPO COM AS EVANGÉLICAS DESIGREJADAS, QUANTO NA ANÁLISE DO REDOMASCAST 72, INTITULADO CULTURA DA PUREZA. OS RELATOS ETNOGRÁFICOS, E AUTOETNOGRÁFICOS, APROXIMAM-SE ENTRE SI NA MEDIDA EM QUE A NOÇÃO DE CULTURA DA PUREZA É IDENTIFICADA COMO UM DOGMA SEXUAL DE CONDUTA QUE LOCALIZA O EXERCÍCIO DO SEXO - HETEROSSEXUAL E MONOGÂMICO - DENTRO DO MATRIMÔNIO. A DICOTOMIA ENTRE PUREZA VERSUS PECADO, AFETA DE TAL MODO A PRODUÇÃO DAS IDENTIDADES DE GÊNERO E DAS EXPERIÊNCIAS SEXUAIS QUE SOFRIMENTOS PSÍQUICOS E DE ORDEM SEXUAL SÃO RECORRENTES NAS HISTÓRIAS DAS MULHERES EVANGÉLICAS. AO ARTICULAR A DISCUSSÃO DO PODCAST COM A PESQUISA ETNOGRÁFICA, PROBLEMATIZO AS CONCEPÇÕES SOBRE PRÁTICAS SEXUAIS E MASTURBAÇÃO PERMEADAS POR SENTIMENTOS COMO MEDO E CULPA. VAGINISMO E ANORGASMIA TAMBÉM APARECEM COMO RESULTADO DE UM DISPOSITIVO DE SEXUALIDADE OPERACIONALIZADO POR MEIO DO AUTOGOVERNO DA CARNE E TECNOLOGIAS DE SI, DE CUIDADO E VIGILÂNCIA. NO CASO DAS EVANGÉLICAS DESIGREJADAS, AS PERCEPÇÕES SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADES SERÃO APRESENTADAS ATRAVÉS DAS RUPTURAS EFETIVADAS A PARTIR DA DESINSTITUCIONALIZAÇÃO, BEM COMO DE SUAS CONTINUIDADES.