OS PRESSUPOSTOS BÁSICOS NOS QUAIS ESTA PESQUISA SE ANCORA CENTRAM-SE NOS POSTULADOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA ANÁLISE DE DISCURSO (DORAVANTE AD) DE MATRIZ FRANCESA PECHEUXTIANA, NA TEORIA SÓCIO-HISTÓRICA DO LETRAMENTO, NA PSICANÁLISE FREUDO-LACANIANA E NAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO, BEM COMO EM NOSSA EXPERIÊNCIA NA CARREIRA DO MAGISTÉRIO, NA POSIÇÃO DE COORDENADORA PEDAGÓGICA, EM QUE NOS DEPARAMOS COM A CONSTANTE ANGÚSTIA DOS PROFESSORES QUANDO LHES É SOLICITADO UM TEXTO ESCRITO. ESSA PERCEPÇÃO INSTIGOU-NOS À REALIZAÇÃO DE UMA PESQUISA PELA QUAL PRETENDEMOS SABER COMO FOI A RELAÇÃO DOS SUJEITOS-PROFESSORES COM A ESCRITA DURANTE SUA FASE ESCOLAR, BEM COMO SE ESSA RELAÇÃO – CONFLITUOSA OU NÃO – ECOA NOS DIZERES E FAZERES DE SUA PRÁTICA PEDAGÓGICA. OS GESTOS INTERPRETATIVOS PRELIMINARES ORIUNDOS DAS ANÁLISES DAS ENTREVISTAS PERMITEM-NOS ASSINALAR AS SEGUINTES CONSIDERAÇÕES: EM SEU PERCURSO COMO ESTUDANTES, OS PROFESSORES NÃO ESCREVIAM COMO POSSIBILIDADE DE CRIAR, MAS, SIM, DE REPRODUZIR O JÁ POSTO, OU SEJA, SUAS ESCRITAS ERAM ESVAZIADAS DE SUBJETIVIDADE EM DETRIMENTO DO LOGICAMENTE ESTABILIZADO DENTRO DA ESCOLA, IMPEDINDO QUE SE TORNASSEM AUTORES DE SEUS DIZERES E DE SUA ESCRITA. QUANDO INSTADOS A FALAR DE ESCRITA, HÁ O UM APAGAMENTO E UMA SUBSTITUIÇÃO DESSA PELO DISCURSO DA LEITURA, O QUE NOS FAZ ENTENDER A CONDIÇÃO DE EXÍLIO DA ESCRITA DENTRO DAS PRÁTICAS ESCOLARES. PERCEBEMOS QUE OS PROFESSORES NÃO SE SENTEM AUTOR/IZADOS A ESCREVER, POIS, DEPENDENDO DO QUE E COMO ESCREVEM, PODEM SER PUNIDOS E SE TORNAREM TRANSGRESSORES, VISTO QUE AINDA PERCORRE DENTRO DOS CORREDORES ESCOLARES E DA SOCIEDADE O IMAGINÁRIO DE QUE PROFESSOR SABE TUDO E QUE NÃO PODE ERRAR.