O TRABALHO A SEGUIR REFERE-SE AO ESTUDO DO GRUPO SOCIAL DAS TRAVESTIS E A REPRESENTAÇÃO DOS SEUS CORPOS NOS JORNAIS PERNAMBUCANOS, ORA SENDO MARGINALIZADOS ORA ESTAMPADOS EM NOTÍCIAS QUE ENVOLVIAM A CULTURA E A SOCIABILIZAÇÃO DOS RECIFENSES . O OBJETIVO DESTE TRABALHO É COMPREENDER QUAIS FORAM OS MECANISMOS UTILIZADOS PARA REPRIMIR OS CORPOS TRAVESTIS, TANTO POLÍTICA COMO SOCIALMENTE. COMO REFERENCIAL TEÓRICO UTILIZAREMOS OS CONCEITOS DA HISTÓRIA VISTA DE BAIXO COM O INTUITO DE COMPREENDER A SOCIEDADE POR MEIO DO PONTO DE VISTA DOS CORPOS MARGINALIZADOS; DA MICRO-HISTÓRIA, ONDE ATRAVÉS DO EXAME MINUCIOSO DAS FONTES PODEREMOS ANALISAR OS DETALHES QUE PASSAM DESPERCEBIDOS; E DAS PRÁTICAS CULTURAIS E REPRESENTAÇÃO AO ANALISAR OS OBJETOS CULTURAIS PRODUZIDOS, OS SUJEITOS PRODUTORES E OS RECEPTORES DA CULTURA QUE SÃO TRANSPASSADOS PELA NOÇÃO DE PODER E DOMINAÇÃO. TAMBÉM EMPREGAREMOS O CONCEITO DE PODER PARA COMPREENDER AS DINÂMICAS EXISTENTES DENTRO DAS REDAÇÕES DOS JORNAIS E COMO A CENSURA FOI ESTABELECIDA PELAS AUTORIDADES MILITARES. SEMPRE PAUTADAS NA MORAL E NOS BONS COSTUMES, A CENSURA BUSCAVA SILENCIAR NÃO SÓ OS JORNAIS, MAS OS CORPOS QUE DESAFIAVAM A LÓGICA DA HETEROSSEXUALIDADE COMPULSÓRIA E NATURALIZADA. A METODOLOGIA CONSISTE NA ANÁLISE DOS JORNAIS PERNAMBUCANOS QUE CIRCULARAM ENTRE OS ANOS DE 1960 E 1985, SÃO ELES: DIÁRIO DE PERNAMBUCO, ÚLTIMA HORA E DIÁRIO DA MANHÃ. MESMO SE TRATANDO DOS PERCURSOS INICIAIS DA PESQUISA JÁ VERIFICAMOS QUE A CENSURA NÃO ESTAVA RELACIONADA APENAS COM A MORAL E OS BONS COSTUMES E SIM TAMBÉM COM AQUELES QUE DETINHAM O PODER E FINANCIAVAM OS JORNAIS.