O TERMO “MULHER MACHO”, UTILIZADO DE MANEIRA PRECONCEITUOSA PARA CATEGORIZAR MULHERES LÉSBICAS “BUTCHES” OU “CAMINHONEIRAS”, É EMPREGADO, NESTE PRESENTE TRABALHO, PARA DISCUTIR A RESPEITO DAS REPRESENTAÇÕES DE PERSONAGENS LÉSBICAS NA LITERATURA BRASILEIRA, SOB RECORTE DO GÊNERO EM PROSA, NO FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX. PARA TANTO, COMO BASE PARA A NOSSA PESQUISA, DISCUTIMOS ACERCA DOS ESTUDOS DE GÊNERO E SEXUALIDADE DESENVOLVIDOS POR BUTLER (2003), NO QUE DIZ RESPEITO AO CONCEITO DE PERFORMATIVIDADE DE GÊNERO, MOTT (1987), ABARCANDO A HISTORICIDADE DA MULHER LÉSBICA NO CONTEXTO SOCIAL E LITERÁRIO BRASILEIRO, FOUCAULT (2015), DISCUTINDO ACERCA DA IDEIA DE PERVERSIDADE NA SEXUALIDADE, ETC. SENDO A MULHER LÉSBICA DUPLAMENTE TRANSGRESSORA, UMA VEZ QUE ROMPE COM O QUE ESTÁ IMPOSTO SOCIAL-CULTURAL-HISTORICAMENTE ACERCA DAQUILO QUE SE COMPREENDE DO SER MULHER, PARTIMOS DE UM PROJETO DE PESQUISA , AINDA EM DESENVOLVIMENTO, CUJO OBJETIVO É NÃO APENAS CATEGORIZAR OBRAS QUE APRESENTEM PERSONAGENS LÉSBICOS, MAS, SOBRETUDO, COMPREENDER QUAIS OS ENGENDRAMENTOS QUE CARACTERIZAM TAIS PERSONAGENS; QUEM SÃO, COMO SÃO DESCRITOS; O QUE FAZEM, ETC. AS “MULHERES MACHO”, PRESENTES NAS NARRATIVAS, CONSTITUEM UM PEQUENO GRUPO DE PERSONAGENS ESTEREOTIPADAS, MARCADAS COMO “INVERTIDAS”, SUJEITOS “FEIOS”, “ANDRÓGINOS”, ANIMALIZADOS; CARREGANDO DUPLO ESTIGMA CULTURAL E HISTORICAMENTE DIFUNDIDOS: POR SEREM MULHERES E LÉSBICAS.