O INICIO DO SÉCULO XX TROUXE PARA O RECIFE DIVERSAS TRANSFORMAÇÕES URBANÍSTICAS E TAMBÉM AS TENTATIVAS DE CONTROLE SOCIAL. A CONSTRUÇÃO DE UM ESPAÇO PÚBLICO HIGIENIZADO TEVE COMO COMPANHEIRA A CRIAÇÃO DE UM ESPAÇO PRIVADO ACOLHEDOR E LIMPO, COM O INTUITO DE MANTER O TRABALHADOR LONGE DE PRÁTICAS QUE O DESVIRTUA-SE, EM ESPECIAL, A PROSTITUIÇÃO. DESSA MANEIRA, AS PROSTITUTAS TIVERAM SOBRE ELAS OS OLHOS ATENTOS DA IMPRENSA PERNAMBUCANA QUE RETRATAVA A VIDA ESCANDALOSA DAS CHAMADAS “CARMELITAS”. PORTANTO, O PRESENTE ARTIGO TEM COMO OBJETIVO ABORDAR O IMPACTO DOS DISCURSOS MODERNIZANTE E HIGIENISTA NA QUESTÃO DA PROSTITUIÇÃO NOS BAIRROS DO RECIFE ENTRE OS ANOS DE 1900 E 1930, TRATANDO TAMBÉM DE SUAS REPRESENTAÇÕES NAS PÁGINAS DOS JORNAIS DA CIDADE. PARA TANTO, FIZEMOS UM LEVANTAMENTO DOCUMENTAL NO ACERVO DA BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL DOS PERIÓDICOS QUE CIRCULAVAM NA CAPITAL PERNAMBUCANA NAS TRÊS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX. ANCORADOS NOS ESTUDOS DE ENGEL (1989), RAGO (1997) E COUCEIRO (2003), PERCEBEMOS QUE A VIDA DAS FILHAS DE VÊNUS PROTAGONIZAVAM NAS PÁGINAS DOS JORMAIS UM ESPETÁCULO DE DIVERTIMENTO PARA A POPULAÇÃO, AO MESMO TEMPO QUE ERAM UTILIZADAS COM FINALIDADES PEDAGÓGICAS PARA AFASTAR OS “CIDADÃOS DE BEM” DO MAU CAMINHO.