ESTE TRABALHO OBJETIVOU PERCEBER MOVIMENTOS DE RUPTURA E/OU CONTINUIDADE EM UMA GRAMÁTICA ESCOLAR BRASILEIRA DE 1980, DÉCADA EM QUE A VIRADA SOCIODISCURSIVA NA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA SE ENCONTRAVA EM SUA FASE DE DESENVOLVIMENTO (GUEIROS, 2019). AQUI, ANALISAMOS A OBRA GRAMÁTICA PEDAGÓGICA, DE MESQUITA E MARTOS, PUBLICADA EM 1980, PELA EDITORA SARAIVA. PARA EMPREENDER ESTA ANÁLISE, CONSIDERAMOS OS SEGUINTES QUESTIONAMENTOS: QUE CONCEPÇÕES LINGUÍSTICAS ESTÃO IMBRICADAS NO MANUAL ANALISADO? DESENVOLVE-SE UMA RETÓRICA DE RUPTURA (MURRAY, 1994) COM A TRADIÇÃO GRAMATICAL? PARA TANTO, ELENCAMOS COMO OBJETIVOS ESPECÍFICOS: I) PERCEBER OS DISCURSOS DE RUPTURA E/OU CONTINUIDADE NA APRESENTAÇÃO DA GRAMÁTICA ESCOLAR ANALISADA; II) ANALISAR A GRAMÁTICA EM SUA IMANÊNCIA, PARTICULARMENTE A ABORDAGEM DOS CONTEÚDOS DE SINTAXE, A FIM DE OBSERVAR SE O MANUAL APRESENTA UMA TENTATIVA DE DESFILIAÇÃO COM A TRADIÇÃO GRAMATICAL. SITUAMO-NOS NO CAMPO TEÓRICO-METODOLÓGICO DA HISTORIOGRAFIA DA LINGUÍSTICA (HL), ENTENDIDA COMO ÁREA INTERDISCIPLINAR DENTRO DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DAS IDEIAS (SWIGGERS, 2013). A FIM DE ABARCARMOS AS DIMENSÕES EXTERNA E INTERNA NECESSÁRIAS AO TRABALHO HISTORIOGRÁFICO, UTILIZAMOS DOIS PRINCÍPIOS PROPOSTOS POR KOERNER (1996) PARA EMPREENDER UMA PESQUISA EM HL, A SABER: CONTEXTUALIZAÇÃO E IMANÊNCIA. OS RESULTADOS APONTAM QUE, APESAR DE TER SIDO PRODUZIDA À ÉPOCA DE DESENVOLVIMENTO DA VIRADA SOCIODISCURSIVA, A GRAMÁTICA ANALISADA NÃO TRAZ EM SEU TEXTO DE APRESENTAÇÃO UMA RETÓRICA DE RUPTURA COM A TRADIÇÃO GRAMATICAL. NA MESMA DIREÇÃO, OS CONTEÚDOS DE SINTAXE ANALISADOS CONFIRMARAM QUE A OBRA AINDA APRESENTA FORTE FILIAÇÃO COM O “PARADIGMA TRADICIONAL DE GRAMATIZAÇÃO” (VIEIRA, 2018).