Artigo Anais X CONAGES

ANAIS de Evento

ISSN: 2177-4781

ACERCA DE MULHERES EM SARAMAGO, OU “O OUTRO” QUE NOS REVELA QUEM SOMOS.

Palavra-chaves: MULHER, OUTRO, SARAMAGO Comunicação Oral (CO) Estudos literários, sujeitos e discursos
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Publicado em 04 de junho de 2014

Resumo

O conflito de gêneros perpassa toda a história humana desde os seus primórdios, tendo influenciado o modo como as relações individuais e coletivas se constroem socialmente. A literatura, como espelho da sociedade, aborda tal temática de diversas formas, de acordo com a visão de mundo de seus “compositores”. Um deles é José Saramago, que se constitui num escritor de peculiar abordagem das mazelas humanas, voltando-se com muita ênfase a tratar da desumanidade que nos afeta, principalmente por meio dos conflitos que envolvem as relações constituídas pelo capitalismo, envoltas na reflexão sobre o poder e as ideologias que definem espaços sociais na atualidade. Em meio a estas temáticas, surge também com muita força a discussão sobre o papel da mulher na sociedade. E, no que diz respeito aos romances, a despeito de sua vasta amplitude, tanto de temas quanto de personagens, podemos destacar, de acordo com Arnaut (2007, p.3), “o papel de primordial importância concedido à mulher, quer no que se refere ao histórico-social quer no que se refere ao relevo que desempenhará na (in)formação e desenvolvimento afetivo, moral e ideológico do universo masculino”. Neste sentido, pretendemos analisar a influência de personagens femininas em relação aos masculinos em quatro romances de José Saramago: Manual de Pintura e Caligrafia, Levantado do Chão, Memorial do Convento e O Conto da Ilha Desconhecida. Percebemos que as personagens femininas aparecem na obra de Saramago com a visível intenção de fazer com que os demais personagens, principalmente os masculinos, se questionem sobre se os caminhos pelos quais transitam os levariam ao encontro de si mesmos como seres humanos. Acreditamos que as personagens femininas representam “o outro” para quem devemos olhar e nos questionarmos quem na verdade somos, ou quais os propósitos do nosso viver em relação aos demais com os quais convivemos (Beauvoir, 2009).

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