Luiza Mahin transformou-se em símbolo de luta para o Movimento Negro brasileiro, mesmo antes da publicação de Um defeito de cor, da autora mineira Ana Maria Gonçalves, em 2006. Mas foi com este romance que a vida de Luiza ganhou maior visibilidade. Considerada uma das personagens de maior representatividade na memória do Movimento Negro, Luíza era mãe do poeta, advogado e abolicionista Luiz Gama. Participou de inúmeras revoltas ocorridas em Salvador na década de 1830 e é considerada uma das líderes da Rebelião dos Malês. Nesse horizonte biográfico, o trabalho traz reflexões sobre a modernização do símbolo Luiza Mahin, identificada em Um defeito de cor, obra de grande impacto para o Feminismo Negro e para a literatura brasileira contemporânea. Será analisado o processo de reescrita da condição dos escravos no século XIX, sob o ponto de vista da mulher negra, que sai da condição de objeto de análise e assume o local de sujeito empoderado nos campos literário e intelectual brasileiro.