Este texto tem como objetivo discutir o tema da educação de gênero, problematizando as minhas experiências, através da programação radiofônica produzida nos anos 50 e 60 do século passado na Paraíba, mais especificamente, em Juazeirinho - cidade pequena do interior nordestino, como também a pedagogia musical da época e as brincadeiras de crianças. Estas duas formas de sociabilidade e de comunicação produziu a diferenciação de gênero. A primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil ocorreu em 1922. Depois da primeira guerra mundial, mais precisamente a partir dos anos 30, o rádio tornou-se um instrumento cultural de entretenimento, sociabilidade e de massa, mas também um instrumento de poder para educar e produzir modelos de condutas, em especial o comportamento feminino. O rádio tornou-se um instrumento para normatizar modelos de condutas, através de sua programação. Os resultados apontaram para uma educação pela qual se definiam ‘os papeis’ de gêneros baseados em valores para defender a virgindade e a honra feminina. Este texto está dividido em duas partes: a primeira discutindo a produtividade das subjetividades da programação do radio e a segunda, discutindo as brincadeiras de crianças. As duas, cada um a seu modo, produziram um modelo de educação de gênero.