, Josetiagobarnabérodrigues et al.. Casa de isopor: tecnologia usada no semiárido. Anais CONADIS... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/50591>. Acesso em: 05/11/2024 15:59
A alvenaria com placas de EPS (poliestireno expandido) também conhecido por isopor é uma estrutura autoportante constituída de placa de isopor de alta densidade e malha de aço amarradas em suas faces com arame recozido montada in loco e engastada na fundação por meio de ferros de espera, após as instalações hidráulicas e elétricas posicionadas em cavas formadas por projetores de calor na peça. A parede recebe a camada de revestimento argamassado e pintura. Essa técnica construtiva tem se mostrado sustentável e economicamente viável no ambiente semiárido, por ser de baixo custo, não agredir o meio ambiente e não consumir tanta água quanto às construções convencionais da região em alvenaria de tijolo cerâmico. Apresenta vantagens por ser leve, economizando no dimensionamento da fundação e a ausência de pilares e vigas reduz o custo da edificação. Apresenta conforto térmico ideal para o clima quente durante o dia e bastante frio a noite da região do semiárido, gerando economia de energia elétrica. Redução do tempo de execução quando comparado a alvenaria tradicional de tijolo. É estimada uma economia de cerca de 30% no orçamento final da obra e de cerca de 40% no tempo de execução. Essa tecnologia foi aplicada numa casa construída na ONG Centro Vida Nordeste (CVN), no município da Prata, estado da Paraíba para abrigar a coleção de sementes nativas. O objetivo deste trabalho é realizar um estudo sobre essa tecnologia e analisar a casa construída na ONG. A casa conhecida como a Arca das Sementes foi executada em 2007 e após onze anos de uso, observou-se que apresenta eficácia no uso, pois sem nenhum tipo de manutenção, ainda conserva boas características de desempenho. Segundo o administrador da ONG, a casa proporcionou vantagens na construção, pois além de não ter feito manutenção, ainda mantém boas características térmicas para o acondicionamento de sementes, já que o mesmo precisava de um espaço ideal para esse fim. Observou-se também que apesar de não ter ocorrido manutenção corretiva, a falta de manutenção preventiva trouxe pequenos problemas a estrutura da Arca das Sementes, como manchas e microfissuras formadas no revestimento de uma das paredes da fachada principal. A parede estando exposta a chuvas foi deteriorada uma pequena parte da base que possivelmente provocou oxidação da armadura. O problema também ocorreu por falta do dimensionamento adequado do beiral da cobertura e provável falta de impermeabilização da estrutura. Mesmo com essas manifestações patológicas ocorridas na estrutura executada na ONG CVN, os danos em relação a outras técnicas convencionais locais de alvenaria com tijolo cerâmico, que enfrentam problemas com salinidade se mostraram mínimos, facilmente corrigíveis e evitáveis se executada corretamente como manda a literatura. A tecnologia é viável, limpa e sustentável visto que há possibilidade de ser construída na região semiárida, não gera tantos resíduos como a tradicional, não requer energia para queima de tijolos e tanto o isopor quanto o aço são recicláveis.