Uma técnica inovadora atualmente em desenvolvimento é a construção de modelos digitais a partir de um conjunto de imagens de tomografia de raios-X de alta resolução adquiridas em amostras de rocha. A tomografia computadorizada de alta resolução é uma técnica não destrutiva que permite a visualização da estrutura interna dos objetos ou rochas, e é determinada principalmente por variações de densidade na rocha. Essa técnica permite definir a geometria 3D do espaço poroso e dos grãos minerais, bem como o reconhecimento dos minerais presentes na rocha. O objetivo deste trabalho é estimar a distribuição granulométrica de arenitos a partir de imagens de microtomografia de raios-X. Neste trabalho são analisadas três amostras de arenito (A4, A7e A9), rochas sedimentares que formam reservatórios de petróleo e gás extraídos de testemunhos de poços coletados na Bacia Rio do Peixe. A distribuição granulométrica é realizada no software Avizo® Fire através de um fluxograma de ferramentas. Inicialmente as imagens dos tomogramas bidimensionais da amostra são carregadas e, em seguida, se extrai uma região de interesse, pela aplicação da ferramenta Extract Subvolume, no qual será feita a análise granulométrica. Durante a aplicação das ferramentas necessárias para se obter a distribuição granulométrica, pode-se adicionar a ferramenta Ortho Slice a cada passo, essa ferramenta permite a visualização dos resultados de todas as ferramentas usadas durante a estimação. Sobre a região de interesse selecionada se aplica a ferramenta I_threshold, a qual separa os grãos dos poros. Neste caso foi utilizado o tom de cinza máximo igual a 55, na escala de 0 a 255, para a separação poro-grão aplicando processo de segmentação. Finalmente a ferramenta I_analyze tem como resultado do seu processamento uma tabela que apresenta, entre outras variáveis, os diâmetros equivalentes (EqDiameter) de todos os grãos minerais que compõe a região de interesse. A Distribuição granulométrica das amostras foi classificada de acordo com a classificação de Wentworth (1922) que propôs uma escala de classificação granulométrica da granulação mais fina, para a de maior tamanho para sedimentos clásticos e é muito utilizada até os dias atuais. As três amostras possuem diâmetro equivalente até a classe areia grossa, a amostra A4 possui a seguinte distribuição: 17% corresponde ao tamanho de grão de areia média, 25% à classe areia muito fina e 46% restante à classe areia fina. Já a amostra A7 possui 15% dos grãos com diâmetro de tamanho de grão de areia muito fina, 21% de tamanho areia fina e 41% equivalente à classe silte fino. Na amostra A9, 19% dos grãos são de tamanho areia grossa, 24% areia média e 37% da classe silte fino. A simulação numérica da distribuição granulométrica nos modelos digitais resultou em valores de tamanho de grão compatíveis com os esperados para os tipos de rochas analisados.