Os recursos hídricos de superfícies brasileiras correspondem a uma vazão média de 169.000 m3/s, ou quase 12% do total mundial, ressalta Pereira Junior (2004). Porém, a situação atual está pautada na crise hídrica e em descontentes estimativas. Atualmente a principal região afetada é o Nordeste. Á vista disso, as sociedades começaram a praticar inconscientemente ações que pautam princípios da educação ambiental baseados na falta desse recurso. A exemplo disso, pode-se citar o reuso da água de condensação dos ar-condicionado para atividades de limpeza, gerando conscientização ambiental, benefícios ao meio ambiental e ao financeiro. Assim, o aprimoramento de projetos que visem a reutilização e o armazenamento correto é um ponto estratégico para a continuidade de estudos nessa área, formando uma articulação ligando-se as estratégias da educação ambiental a fim da diminuição significava do desperdício na Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Campus Pombal, além de garantir a qualidade recomendada. O presente trabalho foi realizado nas instalações locais do campus, com foco nas Centrais de Aula I e II (CA), na qual apresentam um total de 14 salas em cada prédio, totalizando em 57 aparelhos de ar-condicionado de 36.000 BTU. Nesse seguimento para verificação da qualidade da água oriunda do processo de condensação dos aparelhos de ares-condicionados foi realizado uma coleta em um ponto de cada central com auxílio de baldes virgens, a fim de evitar contaminação das amostras. Posteriormente foi realizado, no laboratório de águas do próprio campus, as análises dos parâmetros (condutividade, cor, pH, temperatura e turbidez) físico-químicos da água amostrada, sendo utilizados para tal, beckers e equipamentos apropriados. Além disso, surgiu a necessidade de calcular a demanda utilizada na limpeza das CA (corredores e banheiros), com isso realizou-se entrevistas com os funcionários designados para tal função. A partir das análises realizadas a fim da determinação dos parâmetros relacionados à qualidade da água e considerando os padrões de potabilidade definidos no Anexo XX da Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde, os valores encontrados não apresentaram importantes variações, significando que água gerada por esses aparelhos pode ser utilizada para serviços gerais de limpeza, desde que seja coletada e armazenada de maneira correta. A partir de cálculos matemáticos extraídos por entrevistas com os terceirizados do campus, verificou-se a necessidade de uma demanda estimada em 3.040 litros mensais. Por outro lado, a quantificação do volume de água gerado pela condensação dos aparelhos gera um desperdício de 10.488 litros por mês. Sendo assim, a porcentagem do volume de água gerado pelo funcionamento dos aparelhos em relação à utilização para a limpeza é de 343%, ou seja, a oferta de água atende mais do triplo da demanda de água para limpeza. Diante do exposto e considerando a atual crise hídrica que afeta não somente a região nordeste, mas todo o país, é essencial à aplicação e elaboração de técnicas que visam o reaproveitamento da água. Assim sendo, fica a sugestão para que esse estudo seja expandido e que se realizem novas análises para determinar quais outras utilidades possam ser atribuídas à água produzida por esses aparelhos, bem como, a criação de projetos que viabilizem o reuso, visto que, os desperdícios gerados na universidade são de bastante relevância.
Referências
BRASIL. PORTARIA 2.914. (2011). Ministério do Estado da Saúde-MS. Norma de qualidade da água para consumo humano. Portaria n° 2.914, D.O.U. de 14/12/11, República Federativa do Brasil, 2011.
PEREIRA JÚNIOR, José de Sena. Recursos hídricos: conceituação, disponibilidade e usos. 2004.