O estado do Rio Grande do Norte encontra-se em um cenário de relação econômica com os recursos florestais, visto que, em regiões de polos ceramistas, a utilização da madeira nativa se dá de forma integral. Diante dessa dependência, as espécies do gênero Eucalyptus surgem como alternativa para o setor industrial do RN através da implantação e uso como fonte de energia. Por ser uma espécie exótica, seu uso pode traduzir-se em redução da supressão da Caatinga, além de colaborar com as questões sociais e econômicas da comercialização e uso da madeira no RN. Nesse sentido, o trabalho objetivou verificar a correlação existente entre o poder calorífico superior e o teor de cinzas da madeira do clone Eucalyptys urophylla implantado em diferentes espaçamentos no estado do Rio Grande do Norte. O trabalho foi conduzido na Área de experimentação Florestal da Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias (UAECIA), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). De acordo com a classificação de Köppen, o clima local caracterizado por uma transição entre os tipos As’, o qual é caracterizado por possuir uma estação seca bem definida no período de verão e o BSh’, que é caracterizado pela baixa umidade e baixo índice pluviométrico, com temperaturas média de 27ºC, umidade relativa média anual de 76% e precipitação pluviométrica variando entre 863,7e 1070,7 mm ao ano (IDEMA, 2013). O solo é classificado como Latossolo Amarelo de textura arenosa e topografia plana como citado por Silva (2017). A coleta dos dados foi realizada aos 3 anos após o plantio e o escopo foi avaliar 4 espaçamentos (Tabela 1). Todos os tratamentos apresentaram correlação negativa entre o poder calorífico superior (PCS) e o teor de cinzas (% cinzas) da madeira com excessão do T2 (Figura 2), onde foi verificado correlação positiva, indicando a existência de uma relação linear entre as duas variáveis analisadas. As madeiras dos tratamentos T1, T3 e T4 apresentaram aumento do PCS com a diminuição do teor de cinzas. Respostas desta natureza são interessantes do ponto de vista energético, uma vez que quando se trata de combustível, quanto menor o teor de cinzas, significa que há maior quantidade de material combustível para queima, já que esta é considerada um material inorgânico. Altos teores de cinzas colaboram para diminuição do poder calorífico, em razão destas fazerem parte do processo de combustão (BRAND, 2010). Diferentes espaçamentos de plantio traduziram-se em respostas diferentes sobre a correlação linear entre o poder calorífico superior e o teor de cinzas da madeira do clone Eucalyptus urophylla, aos 3 anos de idade. As árvores submetidas ao T3 (espaçamento 3 x 3,70 m) apresentaram a maior correlação linear entre as variáveis PCS e % cinzas (-0,92), indicando correlação forte entre as variáveis