Introdução: A esquistossomose mansônica é uma doença parasitária causada por helmintos da espécie Schistosoma mansoni. Sua transmissão ocorre principalmente por veiculação hídrica, infestados por cercárias, as quais são eliminadas por caramujos do gênero Biomphalaria, hospedeiros intermediários desses helmintos. Esse parasita está localizado principalmente em regiões tropicais, sendo endêmico no Brasil, estendendo-se dos estados do Maranhão a Minas Gerais, distribuindo-se em toda costa litorânea nordestina e seguindo o trajeto de importantes bacias hidrográficas. Na região Nordeste, a esquistossomose tem caráter endêmico, onde se sabe pouco do seu perfil epidemiológico, destacando o estado da Paraíba. Objetivos: Diante desse contexto, levando em consideração a escassez de estudos sobre esquistossomose no Nordeste e no estado da Paraíba e a importância que esta temática apresenta, para o desenvolvimento de indicadores e políticas públicas que possam contribuir para a melhoria da saúde da população nordestina e paraibana, o presente trabalho teve por objetivo fazer um levantamento epidemiológico para conhecer o panorama da esquistossomose na região Nordeste do país, dando foco ao estado da Paraíba, entre os anos de 2013 a 2017. Metodologia: Tratou-se de um estudo epidemiológico, do tipo documental e retrospectivo, em que houve a recuperação de dados secundários a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram avaliadas as variáveis: ano, estado de notificação, municípios com o maior número de notificações, sexo, faixa etária, escolaridade e raça, na qual houve a utilização do número absoluto e frequência relativa, possibilitando a construção de tabelas e gráficos. O programa estatístico utilizado para o desenvolvimento de gráficos e a realização dos cálculos foi o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 13.0. for Windows. Resultados e Discussão: Entre os anos de 2013 a 2017, foram acometidos por esquistossomose no Brasil, 27.802 indivíduos, sendo o ano de 2013, aquele que apresentou o maior número de casos (23,8%). O Nordeste brasileiro foi a segunda região, com o maior número de agravos para essa parasitose, com 22,6% dos casos notificados, perdendo em número de notificação para a região Sudeste (74,4%). A Paraíba, foi o quarto estado nordestino com o maior número de notificações, com 7,5% dos casos. Dentre as cidades paraibanas, as que obtiveram o maior número de notificação de casos de esquistossomose, foram Pedras de Fogo-PB (25,5%), Baía da Traição-PB (10%) e Barra de Santana-PB (9,5%). Indivíduos do sexo feminino foram os mais acometidos na Paraíba, com 52,2% dos casos. A faixa etária, escolaridade e raça predominante de infectados na Paraíba, foi de adultos (75,6%), escolaridade baixa (35,4%) e cor parda (60%). Considerações finais: Os resultados expostos neste estudo, podem servir como direcionamento para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde voltadas para a população pouco escolarizada, do sexo feminino e economicamente ativa. Demostrando que a prevenção é de extrema importância, com o acompanhamento dos casos confirmados, tratamentos dos mananciais infectados, capacitação dos profissionais de saúde e investimento no aprendizado da população, como também investimento em saneamento básico.