Consideramos neste artigo a adoção de uma base curricular comum a todas as escolas, dialogamos com as tentativas de fechamento sobre o que é currículo de Lopes; Macedo (2011) e Lopes (2015) e com versões dos documentos oficiais sobre a BNCC, contrapondo às ideias fixação de um currículo único, trazemos ao texto Cunha; Lopes (2017) para falar sobre a BNCC no Brasil e Frangella; Dias (2018) com suas contribuições sobre a BNCC e a docência. Partiremos do pressuposto de que não há apenas uma definição para o que seria o currículo, com características intrínsecas ao significante. Propomos a divisão do artigo procede em quatro etapas, sendo elas: a introdução, na qual abordaremos os conceitos iniciais sobre o que se entende aqui sobre currículo; No segundo capítulo, traremos nossa ideia de um currículo único para todas as escolas de um determinado local, a exemplo da BNCC e historicizaremos brevemente a BNCC e o que ela propõe em relação ao currículo das escolas brasileiras; Teremos então a análise das entrevistas feitas com dois Professores Diretores de Turma por meio de um questionário semiestruturado, nos quais teremos as percepções desses profissionais no que remete à adoção da BNCC e das suas implicações para o Projeto Professor Diretor de Turma. Concordamos aqui com a premissa de que os sentidos de currículo são fechados momentaneamente por meio de acordos que não são unânimes e que são feitos a partir de contexto históricos e locais. As definições propostas são formas de descrição de tentativa do fechamento em apenas um conceito, essas podem complementar ou ir totalmente contra outra definição já postulada. Diante das iminentes mudanças providas com a formalização da BNCC, interessa saber aqui o que professores da educação básica, mais precisamente os que estão à frente de projeto e políticas pensam sobre essas transformações. Ao longo da entrevista, percebemos que há uma vontade por parte deles em contribuir nas decisões e mudar efetivamente o que eles acham pertinentes na Base. Deixando claro que eles torcem para que a proposta dê certo, afinal, tudo que promete melhoria é uma chance de melhorar a educação brasileira, eles veem a proposta ainda muito longe da realidade atualmente, o salto seria gigantesco e pouco provável de acontecer. Os professores entrevistados acreditam na potência do PPDT para discutir e se aproximar dos alunos na busca por crescimento das relações em sociedade, na busca por respeito e entender o outro. No entanto, temem que assuntos que não estão devidamente incluídos na Base ou que estejam limitados nela não possam mais ser abordados. As entrevistas consolidaram os pensamentos dos autores trazidos aqui em relação às tentativas de fechamento de sentidos que a BNCC propõe e a discrepância do se propõe no documento e do que realmente é possível ser colocado em prática nas escolas. Apesar da abertura para o novo, muitas dúvidas com relação a essa proposta da BNCC de mudanças tão drásticas no ensino. Quem está realmente atuando dentro de sala de aula consegue perceber o quão difícil será o trabalho que se terá pela frente para conseguir garantir o que é considerado mínimo. Corroboramos com a ideia de que quem produz o currículo são os agentes que atuam no contexto da prática, fomentando e retraduzindo propostas documentais que tentam fixar sentidos, a exemplo da BNCC. Assim, apesar de os professores tentarem seguir as normas que lhes são impostas, quem produz o currículo e quem decide os conteúdos e as competências a serem adotados são os envolvidos na prática.