Hoje as imagens possuem um papel importante para compreensão de diversos aspectos da geografia. É no solo seco do sertão que o sertanejo encontra a água lamacenta utilizando poços rasos, é assim que satisfaz sua sede e encontra sal para conservar carne, sal originado de quando o sertão era mar há milhões de anos.
O semiárido brasileiro é uma realidade complexa, seja em ocupação, recursos naturais, economia ou geofísicos. O ambiente é rico em biodiversidade, possui grande valor, concreto e simbólico, para o sertanejo estabelecendo fortes vínculos por desenvolverem meios de vida assegurando sua reprodução social, adaptados as influências climáticas.
A baixa pluviosidade dificulta a agricultura, gerando uma falta de emprego. O clima desfavorece também o desenvolvimento das cidades e indústrias. Para o sertanejo que vive longe de rios, o maior dos problemas é a escassez de água, seja nas estiagens, onde os rios ficam completamente secos, ou no excesso quando ocorrem chuvas torrenciais. A caatinga é um sistema adaptável, ou seja, ela se adapta ao ambiente seco quando ocorre uma seca prolongada, nesse momento acontece uma seleção para os organismos que conseguem sobreviver a um ambiente em que a vegetação crescerá menos e os animais terão menos alimentos, a vegetação também se adapta, onde havia folhas, há espinhos e mudam de posição pra evitar o sol muito em cima dos organismos.
O trabalho surgiu de uma inquietação durante um período de estágio em uma escola pública e, ao folear o livro didático, foi possível perceber que não há nenhuma relação do Brasil com o Semiárido e como os professores de Geografia das imagens existentes nos Livro Didático como forma de facilitador do aprendizado dos alunos nos assuntos relacionados ao Semiárido.
O objetivo da pesquisa é apontar como o modo de vida no Semiárido é apresentado nos livros didáticos através das imagens, nisso engloba-se fotografias, gráficos, mapas e imagens de satélites em três livros didáticos de Geografia do 1º ano do ensino médio, lançados no mesmo ano de 2013, como instrumento de ensino-aprendizagem e sua importância para o aprendizado do semiárido.
Buscou-se fundamentar a importância e a forma como as imagens (fotografias, gráficos, climogramas, mapas e computação gráfica) referentes ao modo de vida no Semiárido são abordadas nos três livros didáticos “Geografia Contextos E Redes”, “Geografia: Leituras e Interação” e “Geografia: Ensino Médio”. Todos os livros são do mesmo nível de ensino (1ºano).
Para viabilizar o projeto é necessária uma base extensa de leituras - clássicas e atualizadas -, por meio de tais obras será possível obter uma base conceitual consistente. Junto com a leitura uma análise de como as fotografias, imagens de satélite, mapas e gráficos dos livros didáticos ajudam de fato o aluno, será de grande importância para que o objetivo do projeto seja concluído com sucesso.
O método hipotético-dedutivo, proposto por Karl Popper busca a eliminação dos erros de uma hipótese, testando assim a falsidade daquilo que foi proposto, partindo de uma expectativa, apresentando uma problemática, ponderação das informações e assim comprovando a falsidade de tal hipótese.
Para um resultado satisfatório os livros foram analisados de forma objetiva, identificando os campos da pesquisa. Ao realizar a análise, foi percebida uma diferença notória, visto que são para o mesmo nível escolar e lançados no mesmo ano.
Os livros possuem fácil leitura, as imagens estão bem dispostas, em tamanhos ideais para leitura de informações contidas, cores vivas que atraem a curiosidade. Porém não fazem referência ao sertanejo ou ao seu modo de vida, logo percebe-se que esse não é o foco dos livros, que, aparentemente, preferem apresentar todos os conceitos e não ao modo de vida de uma parcela dos habitantes do planeta.