Os óleos essenciais (OE’s) são frações voláteis naturais que conferem os aromas percebidos em algumas espécies vegetais e têm dispertado um interesse considerável para utilização médica por todo mundo em virtude de sua complexa composição e seus efeitos farmacológicos (SANTOS, 1997). A Caatinga apontada como rica em espécies endêmicas e bastante heterogênea corresponde a um habitat tipicamente ocupado pelas Euphorbiaceae. Dentre os gêneros dessa família destaca-se Croton L. por ser o segundo maior e mais diverso, com cerca de 1.200 espécies (CORDEIRO et al., 2016). Um dos fatores influenciados pela sazonalidade climática presente na Caatinga é a produção de óleos essenciais. Com isso, o objetivo deste trabalho foi verificar o efeito sazonal sobre o rendimento e o potencial antioxidante dos OE’s foliares de Croton argyrophyllus Kunth. Folhas foram coletadas de uma mesma população no Vale do Catimbau, Buíque-PE entre as estações seca e chuvosa do ano de 2016, sendo voucher depositado no Herbário UFP da Universidade Federal de Pernambuco sob o número 82.882. Os OE’s foliares de Croton argyrophullus foram obtidos por hidrodestilação, utilizando aparelho tipo Clevenger, por um período de três horas (PEREIRA et al., 2011). Em seguida, o óleo foi coletado e seco com sulfato de sódio anidro (Na2SO4) e mantido em refrigerador (-5 ºC) num frasco de vidro âmbar para os ensaios biológicos. O rendimento do óleo essencial foi definido como o quociente do peso do óleo recolhido e o peso seco do material vegetal extraído (SANTOS et al., 2014) OE foi testado quanto a sua capacidade em estabilizar o radical livre DPPH e sua Capacidade Antioxidante Total (CAT%). O teor de óleo essencial analisado não apresentou diferença estatística significativa dos rendimentos do OE’s entre as estações, indicando não haver variabilidade sazonal quantitativa na produção de OE em folhas desta população. Portanto, a coleta de OE neste órgão vegetal pode ser realizada em qualquer época do ano visando à obtenção deste extrativo Quanto à habilidade do OE foliar de C. argyrophyllus em estabilizar o radical livre DPPH, o mesmo apresentou IC50 de 3,99 μg/ml na estação seca. Diferentemente do apresentado por Brito (2014) para OE foliar de C. linearifolius que obteve IC50 acima de 81,50 μg/ml. O que demonstra sua alta capacidade antioxidante, já que esse valor pode ser comparado ao IC50 apresentado pela quercetina (3,192 μg/ml) em teste realizado com DPPH, utilizando a mesma como controle positivo (BRITO, 2014). Difere também, segundo Bastos (2014), do IC50 de OE de C. nummularius (62.52 mg/ml). Já quanto a capacidade antioxidante total, houve efeito da sazonalidade sobre o OE de Croton argyrophyllus, pois foi capaz de captar cerca de 68%± 0,07 do fosfomolibdênio na estação chuvosa, enquanto que na estação seca, cerca de 64%± 0,20. Devido à importância dos antioxidantes, por serem substâncias capazes de neutralizar os danos provocados pelo processo natural de oxidação nos organismos vivos, que se faz necessária investigação da caracterização química do OE de Croton argyrophyllus para identificação dos compostos majoritários responsáveis pela ação antioxidante apresentada.