ALVES, Maria Jeane Torres et al.. Os desafios da educação inclusiva no semiárido paraibano. Anais CONADIS... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/50784>. Acesso em: 05/11/2024 15:13
Introdução Desde muito tempo, o processo de inclusão escolar tem sido incentivado nas escolas brasileiras, porém, o desenvolvimento ainda se ocorre lentamente. No semiárido paraibano esse ritmo lento se agrava, pois a região dispõe de poucos investimentos e recursos por parte das instituições de ensino para que a educação inclusiva se efetive. Tendo em vista essa dificuldade em se obter uma inclusão social concreta e eficaz, foi realizado o referido estudo sobre os obstáculos enfrentados rotineiramente por cuidadores da região. Objetivo Visando conhecer a percepção de cuidadores de alunos com deficiência sobre a inclusão social em duas escolas públicas na cidade de Patos, no sertão paraibano; conhecer os principais fatores que dificultam no processo da inclusão nas escolas participantes do estudo, fazendo um comparativo entre as mesmas e apontando suas respectivas características; e também sugerir ações que auxiliem no avanço da inclusão escolar no semiárido, de acordo com as objeções enfrentadas em cada escola. Ademais, destacar a importância do diagnóstico dos alunos com deficiência na eficácia do processo de educação inclusiva. Metodologia Para a realização do estudo, primordialmente, houve a elaboração de um questionário destinado aos cuidadores de duas escolas públicas situadas no semiárido paraibano, na cidade de Patos, que se prontificaram a participar da pesquisa. Nele, estavam perguntas referentes à capacitação dos cuidadores, infraestrutura oferecida pela escola, satisfação com o desenvolvimento dos alunos deficientes, percepção sobre inclusão social, vivência de exclusão social em sala de aula, função do cuidador e medidas adotadas quanto à grade curricular para a inclusão dos alunos com deficiência. Os questionários foram então aplicados aos cuidadores de maneira anônima nas duas escolas, caracterizando-as como escolas A e B, preservando assim suas identificações. Na escola A, cinco cuidadores responderam ao questionário, enquanto que na escola B, apenas quatro responderam. A partir disto, fez-se a montagem de gráficos e tabelas com as respostas obtidas, transformando-as em percentual a fim de facilitar a análise final dos resultados. Resultados e Discussão A partir da aplicação dos questionários, foram obtidas informações referentes à inclusão social nas escolas A e B. Foi verificado especialmente que a escola B mesmo possuindo maior percentual em relação a escola A em fatores como infraestrutura adequada, formação dos cuidadores, adaptação da grade curricular aos alunos com deficiência e satisfação com o desenvolvimento dos alunos deficientes, apresentou um percentual mais baixo quanto à inclusão dos alunos em sala de aula. Enquanto todos os entrevistados da escola A afirmaram que raramente observam comportamentos de exclusão social por parte dos alunos, na escola B, 50% dos cuidadores entrevistados declararam que muitas vezes presenciam essas situações. Além disto, em ambas as escolas, os cuidadores relataram ter ainda mais dificuldades na maneira de lidar com os alunos e suas deficiências pelo fato de alguns alunos não apresentarem laudos conclusivos, e, até mesmo nenhum tipo de informação sobre a(s) deficiência(s) destes. Considerações finais e Referências Mesmo com o significativo avanço da educação inclusiva, ainda existem diversos fatores que impedem a rapidez e eficácia do processo de inclusão escolar. Tomando como base as escolas estudadas, é de grande importância que o investimento na infraestrutura e capacitação fornecida aos cuidadores e alunos com deficiência seja contínuo e melhor feito. Além disso, deve existir uma melhor facilidade no que diz respeito ao diagnóstico dos alunos, tornando assim a evolução da educação inclusiva.