A degradação ambiental no semiárido nordestino ocorre a partir de fatores naturais e antrópicos. Tais fatores influenciam diretamente no que se diz respeito às mudanças de características ambientais, dentre elas, a relação entre a vegetação e o solo, resultado do seu uso e ocupação. Tendo em vista o avanço da degradação existente no semiárido, as aplicações por meio do sensoriamento remoto na análise e quantificação de índices de vegetação estão cada vez mais sendo utilizados quando referentes as áreas de estudos florestais e ambientais. Este trabalho tem como objetivo identificar e posteriormente, analisar no âmbito multitemporal (2013/2017), intercalando entre os anos de (2013/2015) e (2015/2017), para os períodos chuvoso e seco, a degradação da cobertura vegetal por meio do sensoriamento remoto, com o auxílio de índices de vegetação e o consequente avanço no surgimento de áreas de solo exposto na Bacia Hidrográfica do Rio Ceará-Mirim, nos limites políticos geográficos do município de Lajes/RN, bem como, apresentar as causas da degradação ambiental da região e apontar medidas mitigadoras para uma possível redução e recuperação de áreas degradadas, visando melhoria na qualidade de vida da população afetada. Para a identificação, caracterização e mapeamento das áreas degradadas, foram utilizadas imagens dos sensores orbitais (Operacional Terra Imager (OLI) e Thermal Infrared Sensor (TIRS) do satélite Landsat8. As imagens foram obtidas no site do Serviço Geológico dos Estados Unidos - United States Geological Survey (USGS), como também no site www.remotepixel.ca, e processadas por meio da utilização do software QGIS (Quantum GIS), versão 2.18.17. A partir da obtenção das imagens, foram determinados os Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) e Índice de Vegetação Ajustado ao Solo (SAVI), e a análise comparativa entre eles serviu de base para estudos referentes a análises espaciais, tendo como enfoque principal a quantificação da degradação ambiental identificada na cobertura vegetal da área de estudo. Também foi determinado o Modelo Digital de Elevação (MDE) da região. Em relação aos resultados obtidos na pesquisa, se pode verificar a partir dos valores de (NDVI) e (SAVI), a ocorrência de uma variação de ordem crescente e decrescente, respectivamente, entre os anos de 2013/2015 e 2015/2017 na degradação da cobertura vegetal na área estudada. Alguns fatores podem ser relacionados a estas observações, dentre estes, a ocorrência de longos períodos de estiagem, sendo este resultante de um processo natural (ciclo das secas), assim como também de natureza antrópica, como é o caso da remoção de grande parcela da cobertura vegetal para a produção do carvão vegetal e dentre outras práticas. No entanto, nos últimos seis anos, devido a ocorrência de quadra chuvosa com valores de precipitação abaixo da média pode ter inviabilizado a produção agrícola em sistema de sequeiro, como consequência disso, pode-se denotar que ocorreu um agravamento resultando na maior exploração da caatinga. Os índices de vegetação analisados se mostraram adequados à avaliação da degradação da cobertura vegetal. Nesse sentido, estudos como aplicação de índices de vegetação, classificação digital de imagens e coeficientes de confiabilidade, podem auxiliar diretamente na elaboração de um plano eficiente de controle de medidas a serem tomadas em referência aos problemas identificados. Ao longo dos últimos anos a degradação da cobertura vegetal do solo em área da Bacia Hidrográfica do Rio Ceará-Mirim, dentro dos limites políticos e geográficos do município de Lajes/RN, tem-se apresentado com alta variabilidade de perda e recuperação natural de vegetação, sendo este último em menor grau, entre os anos analisados e se encontra em desacordo com a legislação ambiental vigente.