Esta pesquisa analisou o protagonismo dos povos indígenas na modalidade da Educação Escolar Indígena do Estado de Pernambuco/Brasil. Apresentamos uma análise decolonial de uma proposição educacional diferenciada, como direito e como política pública. Direcionamos nosso olhar sobre os debates da interculturalidade e identidades étnicas, que estruturou os estudos sobre os índios no Nordeste, levando em consideração, suas particularidades, perante o longo período de contato com a cultura ocidental eurocêntrica, que os obrigou a elaborar formas de reinvenção sociocultural e de convivência. Quando pesquisamos a Educação Indígena, foi preciso definir sujeitos, conceitos e teorias que basilaram nossas análises e reflexões. Na pesquisa utilizamos os autores Grosfoguel, Dussel, Mignolo, Quijano, Santos e Walsh, que fazem parte do Programa Modernidade-Colonialidade. A metodologia utilizada além de levantamento bibliográfico foi realizada entrevista com chefes de unidades e análise documental. Constatamos que a partir de 2001 o estado de Pernambuco melhorou consideravelmente seu desempenho em relação à Educação Indígena como política pública. Para isto realizou algumas ações, como: a criação do Conselho de Educação Escolar Indígena de PE, com as representações dos 12 povos; a criação dos eixos temáticos terra, identidade, história, organização social, interculturalidade e bilinguismo, que norteia o ensino e as atividades pedagógicas nas escolas indígenas; a participação de indígenas no Conselho de Alimentação Escolar; formações inicial e continuada para professores indígenas e, a realização do Seminário e Concurso para Professor Indígena e a proposta de projeto de escolas diferenciadas que vem abrangendo os seguintes povos: Fulni-ô, Pankararu, Kambiwá, Truká, Kapinawá e os Atikum e os outros povos também vem avançando nas discussões.