O presente trabalho busca contribuir para o campo dos estudos sobre sexualidade na escola e do bullying homofóbico na Região Metropolitana do Recife, Pernambuco. A partir da análise das experiências escolares de homem que fazem sexo com homens (HSH), incluindo a população dos que se identificam como gay e os que tem práticas sexuais com pessoas do mesmo sexo. O projeto-guarda chuva na qual o estudo se articulou, possuía uma parte qualitativa, onde 380 HSH da região metropolitana do Recife foram submetidos a um inquérito comportamental, e 20 deles responderam entrevistas semiestruturas do estudo qualitativo sobre as experiências escolares, história de vida e sexual. Além de observações participantes. 13 entrevistas sobre as experiências escolares foram selecionadas e submetidas à análise temática para este artigo. Os dados apontaram que as piadas, brincadeiras, apelidos, rumores como as práticas mais comuns do bullying homofóbico. Outro ponto que nos chamou atenção foi que as experiências homofóbicas já aconteciam desde crianças, antes mesmo de se perceberem ou se assumirem como homossexuais, devido a seus trejeitos e modos de se expressar efeminados, apesar de só 1 deles ter reconhecido sua identidade de gênero como feminina. Identificamos estratégias de enfrentamento como o uso da popularidade, que tem um valor duplo, ignorar as ofensas, se fechar dos círculos sociais e até suicídio. O estudo aponta a necessidades de políticas de combate o bullying dentro do ambiente escolar, incluindo todo o corpo escolar que muitas vezes faz parte dessas práticas de opressão e violência.