Este trabalho tem a pretensão de mostrar a história e cultura de uma comunidade remanescente de quilombos, localizada no Sítio Serrote do Gado Bravo, no município de São Bento do Una, Pernambuco, Brasil. Teve como objetivo analisar como acontece as relações entre as pessoas de diferentes grupos étnico-raciais, principalmente as expectativas sobre a história, cultura e educação afrodescendente dessa comunidade. Pois, acredita-se que é parte determinante na construção de valores fundamentais para essas lutas, que é vencer o preconceito da sociedade, não silenciando diante de atitudes discriminatórias vivenciadas no cotidiano desses indivíduos. Justifica-se pela necessidade de mostrar que houve um rompimento com sentimentos de inferioridade e superioridade em relação a inserção do negro no meio familiar, escolar e social, deixando de lado a não aceitação e, principalmente as posições hierárquicas forjadas em desigualdades raciais e sociais. Ao longo dos relatos orais verificou-se que a vida dos quilombolas do Serrote do Gado Bravo, não diferencia dessa experiência, os mesmos vivenciaram vários sofrimentos por parte dos seus senhores e donos de fazendas, além de seus esforços físicos eram submetidos a humilhações, como força física, falta de humanidade, respeito, entre outros aspectos, que até hoje relembra com tristeza. Assim como o Serrote, há outras comunidades vizinhas como, Jirau, Caldeirãozinho, Primavera e Craíbas, que ocupam parte da antiga fazenda Gado Bravo. Os moradores dessas comunidades compartilham do mesmo modo de vida e experiências, ao todo são 500 famílias que lutam de forma incansável por uma vida mais humana, igualitária e participativa dentro da sociedade.