Neste trabalho apresentamos o resultado parcial de uma pesquisa em andamento sobre o rendimento acadêmico de estudante do curso de Agronomia da Universidade A (nome fictício para garantir o anonimato da instituição investigada), trazendo uma análise descritiva do perfil socioeconômico dos reprovados, a parti da qual enfatizamos questões de gênero, cotas e disciplinas que mais reprovam. Este é um estudo de caso, podendo ser identificado também como uma pesquisa qualitativa que se utiliza de dados quantitativos. Para este momento inicial da pesquisa, aplicamos questionário semiaberto, contendo 39 questões (ressaltamos que esse total de questões ainda não foi analisado na íntegra). O questionário, que fora elaborado e respondido online, através da ferramenta do Google forms, esta dividido em duas partes que se articulam. Com a primeira secção buscamos informações sobre a condição social e econômica dos participantes; com a segunda, as condições que têm para estudar; rendimento acadêmico; hábitos de estudo; bem como a opinião sobre reprovações. A escolha dos sujeitos foi aleatória: responderam ao questionário 53 estudantes que se disponibilizaram, ao serem abordados pelas pesquisadoras, por ocasião de visitas ao campus onde funciona o curso. O curso de Agronomia da universidade A contava com um total de 215 estudantes matriculados. Destes, 53 responderam ao questionário, ou quase um quarto do total (24,6%). Destes, 30 ou 56,6% , mais da metade dos participantes, declaram que já reprovaram em alguma disciplina. Dos participantes, doze (12) estavam cursando o 1º semestre do curso. No universo dos reprovados dispomos da seguinte distribuição das quatro disciplinas que mais aparecem em suas respostas: dezenove (19) ou 63,3% reprovaram em Cálculo I; quinze (15) ou 50% reprovaram em Física; oito (8) ou 26,7% reprovaram em Química; e quatro (4) ou 13,3% reprovaram em álgebra. Os participantes dividiram-se em vinte e oito (28) homens e vinte e cinco (25) mulheres. Daqueles, dezesseis (16) reprovaram; e daquelas, catorze (14) reprovaram (57% contra 56% respectivamente). Ou seja, o sexo não é um fator que determina o rendimento acadêmico no curso de Agronomia. Dentre os trinta (30) reprovados, dezoito (18) eram cotistas e isto corresponde a 60% do índice de reprovação, assim, fica evidente a necessidade não apenas de políticas de acesso ao ensino superior, mas também de ações institucionais que objetivem a garantia da permanência desses grupos na universidade.