O Brasil é um país continental rico em diversidade humana e pluralidade cultural, ocasionado por sua “multicolonização” e que se destaca historicamente, compondo um cenário aprazado pelas diferenças, nas quais se enxerga nos locais expressivos de particularidades geográficas e características identitárias. Nesse contexto, estão as regiões ribeirinhas da Amazônia. Destaque-se, que essa população possui realidades particulares apresentadas por meio de uma cultura cabocla, rica em experiências e saberes. As populações ribeirinhas residem em locais longínquos regidos pelos rios e florestas e que exigem um olhar singularizado pela escola, considerando que as instituições de ensino são espaços multiculturais e que requerem uma prática pedagógica docente comprometida com a valorização e o reconhecimento das diferenças presentes nesse contexto. Portanto, nos causam estranheza atitudes neutralizadas, atreladas a ações docentes desprovidas de serem olhadas noutra ótica, ignorando a diversidade cultural e aprisionadas a concepções curriculares que beneficiam definidas identidades nesses ambientes. À vista disso, o artigo tem por objetivo observar se a prática pedagógica docente contribui para a identidade cultural ribeirinha na escola Estadual Leandro Plácido na comunidade Foz do Rio Mazagão, Amapá. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e de campo, com abordagem qualitativa. A técnica adotada para a coleta de dados foi a do grupo focal, sendo que, para a análise dos dados, utilizou-se a análise do discurso referenciado em Michel Foucault. Os resultados indicam que os docentes da escola ribeirinha não contribuem para as identidades culturais em suas práticas, negando as diferenças inerentes a esse contexto.