Este trabalho se constitui em um recorte da tese desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem na UFF na linha História, Política e Contato linguístico. O crescente aumento de pesquisa sobre políticas públicas para minorias e diversidade, em particular as que propõe resgatar e garantir direitos à população historicamente excluída, se apresenta como fruto das transformações sociais, políticas, econômicas e culturais das últimas décadas e a análise dessa produção lança luz sobre a efetividade das políticas no que se refere à alteração das dinâmicas e da representação social desses sujeitos. Ao refletirmos sobre as diferentes formas de intervenção humana sobre as línguas, buscamos evidenciar as consequências dessas ações nas relações sociais, de modo a tornar possível não apenas lançar luz sobre a ausência de neutralidade no que se refere à condição em que se encontra as línguas e seus usuários, mas sobremaneira auxiliar na produção de novos paradigmas bem como na construção de diferentes representações tanto sobre a língua quanto sobre seus usuários, pensando de forma mais específica as línguas em condição minorizada e seus usuários. Ampliar o olhar para as questões em torno dos diferentes aspectos de natureza política, social, educacional, econômica e cultural é fundamental para definir o lugar e a condição sobre as quais a língua e seus usuários se encontram. As decisões políticas em torno da escolha da língua, são assim fundamentais para o estabelecimento, e consequentemente a alteração, das condições tanto da língua quanto de seus falantes, de modo que mesmo a ausência de políticas para a LS se constitui numa ação de intervenção sobre ela. Entre nossas referências destacam-se os trabalhos de Cooper (1997), Calvet (2007) e Guespin & Marcellesi (1986).