Acredita-se que há diversos problemas envolvidos na qualidade do ensino de língua portuguesa nas escolas públicas. Além de questões relacionadas ao perfil dos professores, o ensino da língua no Brasil está estruturado a partir de práticas tradicionais e descontextualizadas há anos. A teoria sociointeracionista tem a interação verbal social como foco e representa uma possibilidade de orientação para o trabalho com Língua Portuguesa na escola de Ensino Fundamental, além de colocar o aprendiz como sujeito ativo em seu processo de aprendizagem. Portanto, o presente artigo teve como objetivo descrever e documentar a análise do processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental em uma escola municipal em Olinda, Pernambuco. Para alcançar esse objetivo, buscamos nos fundamentar principalmente em Bakhtin, Gomes, Luria, Marcuschi, Saveli e Vygotsky, dentre outros. A metodologia que orientou esse trabalho foi a qualitativa de caráter descritivo, por permitir uma melhor descrição dos eventos de sala de aula. As observações foram feitas entre julho e setembro de 2017 e registradas em um diário. A intervenção/aula, realizada em setembro de 2017, desenvolveu-se segundo orientações de Bakhtin, Marcuschi e Vygotsky. A análise e discussão dos dados obedeceu às orientações de Trivinõs, o que nos apontou como resultado que ainda se mantém um ensino pautado na cópia e na memorização de fórmulas e no extremo direcionamento à gramática descontextualizada, e que é preciso investir mais no trabalho com gêneros textuais.