Apesar de o Brasil reconhecer o direito dos Surdos serem bilíngues desde 24 de abril de 2002, através
da Lei 10.436 instituindo a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua das comunidades surdas
brasileiras os surdos ainda viveram uma realidade de exclusão linguística destes sujeitos. Para mudar a
realidade vigente, acreditamos na escola bilíngue como o espaço educacional mais profícuo para os
surdos, pois é nela que a sua condição visual poderá ser respeitada em sua plenitude. Assim, é
necessário um movimento por uma educação que institua e promova possibilidades de efetivo
bilinguismo para os surdos brasileiros. Consideramos que a formação bilíngue de professores (surdos e
ouvintes) para o ensino de Libras que a ensinam como segunda língua (L2), abrangendo aspectos
teóricos e metodológicos do seu ensino e seus gêneros textuais, possibilita aos professores o
aprofundamento e sedimentação de conhecimentos sobre os gêneros textuais da Libras e os processos
de didatização destes, numa perspectiva discursiva. Nesse sentido, o presente texto apresenta
considerações o processo de formação de docentes e discentes de Letras Libras (surdos e ouvintes)
para o ensino de Libras- L2, que vem sendo desenvolvido na Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), por meio da extensão universitária, a partir de estudo, vivência e produção de
diferentes gêneros textuais da Libras como L2. Nossas considerações são de que a formação de
professores de Libras, ao ser consolidada, fortalece o ensino da Libras como segunda língua para
ouvintes.