Este artigo pretende abordar o uso dos aspectos culturais e bioindicadores de chuva no discurso do docente, nas aulas. Ao longo dos anos vem sendo discutido o modo como o currículo está sendo construído e trabalhado no micro espaço sócio geográfico, dentro desta problemática a escola necessita abordar a respeito dos saberes populares transmitidos ao longo das gerações e valorizar o conhecimento prévio do estudante. No entanto, quase sempre, esses saberes populares acabam ficando fora das discussões escolares em virtude de uma hierarquia dos saberes na formação do indivíduo. Com o intuito de investigar o nível de conhecimento popular dos professores e se de algum modo esse conhecimento já foi ou está sendo trabalhado dentro das aulas de Biologia, foi feita uma pesquisa com professores que ensinam Ciências e Biologia na cidade de Arara. A abordagem se deu através de questionários que fazem parte do objetivo em estudo, a fim de conhecer e registrar as crenças, a cultura popular, as observações climáticas, o comportamento e a morfologia de algumas espécies existentes naquela região que indiquem possíveis sinais de chuvas e sobre a importância de uma articulação sobre esses saberes populares nas aulas de Biologia. As perguntas foram abertas e/ou fechadas e foram solicitadas as permissões dos entrevistados. O discurso docente é revelador quando mostra que, mesmo sem ter estudado, sobre os bioindicadores de chuva, os docentes conhecem e alguns até reconhecem a eficácia desses saberes e experiências, mas ainda assim não fazem uso desse discurso em sala de aula.