Historicamente a inclusão e a participação de pessoas com deficiência na sociedade e nos espaços de saber-poder são limitadas e carregadas de estigmas e preconceitos. Apesar das conquistas e dos avanços presenciados nas últimas décadas no Brasil, ainda são notórias as dificuldades enfrentadas por esses sujeitos, seja pelas barreiras do acesso e permanência, seja pelo despreparo das instituições ou seja pela perpetuação do preconceito. Os reflexos de uma sociedade excludente e preconceituosa afeta diretamente a vivência das emoções nesses indivíduos, podendo ocasionar traumas e bloqueios emocionais. A Educação Emocional como ferramenta de autoconhecimento oferece às pessoas com deficiência a possibilidade de educar-se emocionalmente, podendo auxiliar na compreensão de suas emoções e na vivência saudável das mesmas. Este trabalho nasce no âmbito do Núcleo de Educação Emocional (Neemoc) da Universidade Federal da Paraíba, através do Projeto de Extensão intitulado “Educação Emocional: um caminho para o empoderamento de jovens com deficiência”, com o objetivo de trazer reflexões acerca da vivência da emoção da raiva em jovens com deficiência intelectual em turmas da EJA de uma Escola Estadual pertencente a uma Fundação Paraibana que atende pessoas com deficiência. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram a observação direta e um roteiro de entrevista semi-estruturada, denominado Diário das Emoções. Os resultados desta pesquisa apontam que é de fundamental importância a vivência da emoção da raiva de maneira saudável e consciente, pois esta emoção pode oportunizar o empoderamento desses sujeitos, bem como é capaz de proporcionar motivação para a saída de situações de vulnerabilidade.