Os níveis de leitura no Brasil são baixos, como apontam alguns indicadores oficiais, como SAEB, IDEB, e sua prática está intrinsicamente relacionada a fatores como gosto e influência da família ou dos professores, de acordo com dados da última Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2015).Por outro lado, os avanços tecnológicos, apesar de disseminarem e democratizarem o acesso aos bens culturais, configuraram um novo panorama de leitura, onde a concisão e linguagem verbo/visual se tornaram cruciais, distanciado o aluno da leitura literária: paradigma que inquieta educadores preocupados em garantir aos estudantes o domínio da palavra. Assim, é urgente formar cidadãos capazes de interagir, possibilitar-lhes a humanização por meio da literatura, conforme Candido (1989). É imprescindível ações que contribuam para o desenvolvimento do Letramento Literário, segundo Cosson (2014). Por exemplo, por meio de minicontos, gênero textual contemporâneo conciso (SPALDING, 2012), cuja leitura exige conhecimento de mundo, enciclopédico e contextual na visão de Koch e Elias (2006) e Kleiman (2016). Tal conhecimento pode ser ativado a partir de estratégias de leitura de acordo com Solé (1998) e Colomer e Camps (2002). É também pelo conhecimento que se dá a tradução imagética do texto literário em outra linguagem, como discute Plaza (2010). Objetivamos, então, desenvolver uma estratégia de letramento literário, com alunos do 9º do Ensino Fundamental, visando à formação do aluno leitor, com base na leitura e compreensão de minicontos de Marina Colasanti, que trazem como temática a violência simbólica ou física contra a mulher, que resultará na montagem de Histórias em Quadrinhos, 30% das quais serão objetos de análise desta proposta. Portanto, esperamos que imbricando texto literário e tradução imagética, obtenhamos uma leitura literária que venha a contribuir para formação leitora dos participantes da intervenção proposta.