As discussões vivenciadas no processo de produção/construção curricular, qual seja, Base Nacional Comum Curricular - BNCC vêm ocorrendo com maior intensificação desde 2015. Nesse sentido, buscamos, no presente artigo, analisar as vozes docentes e suas significações em torno da autonomia na atual conjuntura de implementação. Traçamos um percurso histórico, apontando os principais documentos que referendam a construção de uma base nacional comum, assim como os entraves políticos — movimentos favoráveis e contra. Tendo em vista a homologação, analisamos o documento oficial, articulando-o com as análises críticas dos discursos dos professores participantes da pesquisa, ou seja, como se constitui a autonomia docente no documento oficial e como os professores expressam a autonomia em seu cotidiano. Participaram da pesquisa dez professores, sete da escola EA e três da escola EB. Os resultados revelam resistências, anseios e desencontros. Alguns professores parecem ainda não estarem situados no processo de implementação, outros, parecem rejeitar o que foi estabelecido pelo documento oficial, o que acaba por denunciar a própria vertente (anti)democrática da BNCC, sobretudo, o respeito à autonomia docente, sua participação. No que se refere à compreensão de autonomia docente, a maioria associa à tríade liberdade-independência-flexibilidade nas práticas pedagógicas. Com menor expressividade, a liberdade foi apresentada como algo isolado e sem interferências de outrem. Em outros sentidos, ficou marcado, em alguns discursos, a liberdade sob a ótica das necessidades educacionais da turma, bem como daquelas da comunidade na qual a escola está inserida. Continuaremos nossas análises para compreendermos melhor esse movimento de resistência à BNCC. Embora homologada, defendemos aqui uma base nacional comum que não desvalorize a autonomia docente — Centralizadora e autoritária.