Estudos contemporâneos advindos da área da Psicologia (MOTA & LIMA, 2008; MIRANDA & MOTA, 2013), como também da Linguística, têm comprovado que as capacidades de ler e escrever de maneira proficiente estão associadas ao conhecimento que falante possui com relação aos morfemas de que dispõe em um momento sincrônico da língua. Essa capacidade de combinar as unidades mínimas das palavras é entendida, nesse trabalho, como competência lexical. Objetivamos, neste trabalho, analisar a abordagem da morfologia lexical, com foco no trabalho com os processos de formação de palavras – especificamente, os processos comuns de derivação, a fim de perceber se tal abordagem contribui para a formação leitora e desenvolvimento da competência lexical do indivíduo. Salientamos que este trabalho focaliza o ensino de Língua Portuguesa, no tocante à observação dos aspectos destacados, nos eixos de leitura e escrita. Como aporte teórico, fazemos uso dos postulados de Azeredo (2008), Sandmann (1992), Laroca (2011), dentre outros teóricos da ciência linguística. Nossa metodologia baseia-se na análise qualitativa de dois livros didáticos do primeiro ano do ensino médio. Os resultados indicam duas abordagens: uma que privilegia o trabalho meramente estrutural e outra os aspectos semânticos, mórficos e sintáticos da combinação de morfemas na construção do texto e sua leitura. Assim, apontamos a necessidade de maiores estudos nessa área e novas abordagens da morfologia.