Esta pesquisa tem o intuito de analisar alguns aspectos da linguagem falada em Pernambuco numa perspectiva sociolinguística. Para isso, de um corpus já existente, foram selecionados os dados referentes ao convívio e ao comportamento social. O objetivo do trabalho em tela é verificar até que ponto homens e mulheres detêm o maior número de variantes para itens como marido enganado e prostituta, ao mesmo tempo em que se pretendeu compreender o índice de não respostas computadas na pesquisa realizada nos vinte municípios para a construção do Atlas Linguístico do Estado e em cinco comunidades quilombolas. Acreditava-se em um número maior de variantes para o item prostituta na fala de informantes masculinos e casos omissos para os femininos, sendo esses os responsáveis pelo índice de variantes para marido enganado. Porém, ao contrário de Aragão (2012; 2014), os índices mais elevados de variantes para os dois itens lexicais couberam à mulher, assim como as não respostas. A interpretação dos dados ficou a cargo dos pressupostos teóricos sobre a interface linguagem e gênero preconizados por Fischer (1958), Labov (2006) e metodologicamente tratados por Milroy & Gordon (2003). Considerando, ainda, que os resultados apontados poderiam se confirmar em outros trabalhos de mesma natureza, é possível estabelecer comparações com outros falares e, assim, auxiliar nas conclusões sobre a variação diagenérica no Estado de Pernambuco.