Após longo período de descaso, a modernidade põe em pauta a educação de surdos e junto a isso, sua autonomia e identidade cultural. Em meio a avanços e retrocessos históricos, chega-se, ao século XXI no Brasil, com a criação da Lei N°10.436/2002 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como língua oficial da comunidade surda. Este artigo traz uma reflexão sobre os desdobramentos históricos e políticos que permitem-nos compreender os significados da implantação do curso de Licenciatura em Letras Libras na Universidade Federal do Cariri. No que se refere à metodologia, este é um trabalho que resulta de uma pesquisa social, qualitativa, que se utiliza do estudo bibliográfico e da análise documental. Ao implantar a Licenciatura em Letras Libras, com uma proposta de formação de professores críticos, políticos e engajados com a comunidade surda, a UFCA nega o projeto neoliberal imposto às universidades nas últimas décadas. Nega também porque este é um curso com pouco poder de absorção pelas leis do mercado, porque criado a serviço da inclusão social de pessoas negadas por quase toda a história da humanidade. Entretanto, talvez, o maior desafio a ser enfrentado para que o curso de Letras Libras obtenha o êxito esperado, seja a drástica redução dos investimentos da educação pelo governo federal.