A Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC) é uma instituição que teve sua origem em 1943. A sua criação acontece num momento de muitas divergências e discursão em torno da questão da educação. Muitos projetos estavam sendo pensados no intuito de propiciar uma transformação profunda no sistema educacional brasileiro. Dentre algumas iniciativas que visavam atende essa prerrogativa, havia os que defendiam a educação pública e sua universalização. Mas o Estado não se comprometeu de imediato com essa proposta, deixando em aberto, por muitas décadas, a questão da educação pública e universal. A Campanha foi gestada justamente como uma alternativa de suprir a carência de oferta para o ensino secundário que, naquele contexto, era o grau de ensino mais deficitário e justificava-se como instituição que atenderia primordialmente às demandas dos grupos economicamente menos favorecidos: jovens de famílias pobres que não tinham condições de pagar pela continuação dos estudos dos seus filhos. Ao observar a trajetória da Campanha, percebemos que essa esteve, em todas as suas fases, estrategicamente alinhada com o Estado, seja recebendo subvenções e/ou se moldando as propostas político-pedagógicas elaboradas pelos diferentes governos, o que garantiu a sua sobrevivência, bem como a sua expansão. Nossa intenção, neste artigo, é discutir, dentre as muitas relações estratégicas estabelecidas pela Campanha, aquela firmada entre a CNEC e a Usaid (Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional) que estabeleceu um convênio com o MEC no intuito de traçar metas para a educação brasileira que, no período da Ditadura Militar, se intensificou..