Mesmo em tempos de obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e africana na escola, através da Lei nº 10.629 de 2003, a produção e disseminação de literaturas que versam sobre a temática afro-brasileira encontra-se em lento desenvolvimento. Reconhecendo que os livros paradidáticos conseguem levar aos alunos temas importantes de uma forma mais leve e descompromissada com o currículo escolar, produzimos uma obra paradidática onde são abordados temas transversais (pluralidade cultural e ética), os conceitos de raça, a formação da sociedade brasileira através da miscigenação, a contribuição dos negros na ciência e tecnologia, a literatura “afro”, suas manifestações culturais e outros. Pretendemos proceder com tal ressignificação nas entrelinhas da história de Amira, narradora personagem da obra em questão, começando no seu nascimento, passando pelo seu construção moral e ética capitaneada pela avó e chegando até a maior idade onde Amira embarca numa viagem de diáspora por capitais brasileiras que guardam registros substanciais da cultura e história afro-brasileira. A partir do exposto o nosso trabalho objetiva apresentar e discutir os impactos da obra paradidática A diáspora de Amira como ferramenta literária para valorização e ressignificação da história e cultura afro-brasileira e africana. Na convicção de que o livro poderá subsidiar o professor na função de desinstalar os estereótipos afro arraigados nos alunos a partir dos cinco anos, buscamos aparato teórico em Filho (2009), Braga (2015), Tiradentes e Silva (2008), Schwarcz (2012), Cavalcanti (2017), Evaristo (2019), Loras e Machado (2017), entre outros.