“A infância é o chão sobre o qual caminharemos o resto da nossa vida”, segundo Lya Luft (2003), logo essa fase pode ser considerada a base da nossa formação enquanto seres humanos. Toda infância marca sempre o início de uma história e por meio dela serão determinadas as nossas primeiras memórias. O livro Minha vida de menina (2016), de Helena Morley, foi publicado, pela primeira vez, em 1942. É um diário que evidencia acontecimentos da infância e da adolescência da autora. Para tanto, o objetivo desse trabalho é analisar as memórias da personagem Helena Morley. Esses registros, conforme a escritora, foram escritos em muitos cadernos e folhas avulsas, depois de muitas décadas guardados e esquecidos, Morley organiza para mostrar as suas netas e daí surge a ideia da publicação de um livro “que mostrasse às meninas de hoje a diferença entre a vida atual e a existência simples que levávamos naquela época.” Uma vez que na atualidade a literatura de cunho íntimo também desperta interesse, poderemos colaborar, através desse artigo, para a compreensão de assuntos que marcam o presente e o nosso passado literário. Com esse propósito, a pesquisa fundamenta-se a partir das contribuições teóricas de Cândido (1995), Bosi (2015), Eulálio (1998), dentre outros autores.