Este estudo tem como principal objetivo analisar o romance O Velho e o Mar (1952) do escritor estadunidense Ernest Hemingway (1899-1961) sob um viés pós-colonial, focando, principalmente na subalternidade alocada ao personagem Manolin, um garoto que atua como um amigo do protagonista, o pescador Santiago O pós-colonialismo corresponde a uma vertente dos Estudos Culturais que analisa as consequências da colonização praticada pelo imperialismo e a sua abordagem na produção cultural, sobretudo na literatura. Considerando o contexto da obra, a ficção foi escrita a partir do neoimperialismo promovido pelos Estados Unidos em Cuba, âmbito caracterizado pelo regime de opressão e dominação cultural. Este trabalho, então, observa a representação dos fatores culturais, históricos, políticos e sociais na literatura proposta, baseando-se em uma pesquisa bibliográfica do panorama em que o texto se construiu, juntamente com o estudo do pós-colonialismo e os seus conceitos, sobretudo em textos que abordam a subalternidade. Assim, a estratégia da releitura atuará como método para sua concretização, considerando-a como uma ação específica dos Estudos Pós-coloniais em textos literários. Portanto, Manolin será acionado enquanto uma interpretação de um cidadão subalternizado, isto é, um indivíduo moldado pelo império, tanto por ser um nativo e, ao mesmo tempo, uma criança pertencente a uma classe social de minorias que se define enquanto sujeito através da cultura imposta pela sociedade em que se integra. Serão utilizadas as contribuições teóricas de autores como Ashcroft et al. (2007), Bonnici (2000,2005), Spivak (2010), etc., que exploram a temática do subalterno aplicada à teoria pós-colonial na literatura.