A criança surda, geralmente, chega à escola bilíngue (ou específica para surdos) sem língua alguma e o professor com proficiência em língua de sinais se torna um mediador no ensino. Com relação ao ensino literário para esses aprendizes ocorrerão adequações do texto, por se tratar do acesso a um código que faz parte de uma língua diferente da que ela fala e o ambiente escolar representará um espaço para este momento, uma vez que a maioria dos pais são ouvintes e desconhecem a língua de sinais, sendo assim não podem ser contadores de histórias para seus filhos. Desta forma, nos propomos, neste trabalho, relatar uma experiência de uso de texto não-verbal, como elemento chave para que crianças surdas, com pouco domínio da Libras pudessem ter acesso ao clássico da literatura infantil mundial “Chapeuzinho Vermelho”. Assumimos que a educação de surdos constitui-se do uso da Língua de Sinais como L1 para que a aprendizagem seja garantida, portanto a Libras (Língua Brasileira de Sinais) esteve presente em todo o contexto de aprendizagem, desde o planejamento pedagógico, acompanhamento das aulas, construção do livro e apresentação do mesmo em outras turmas, gerando assim, um momento de degustação literária na escola. Sendo a Libras uma língua espaço-visual a imagem é utilizada no processo de ensino e aprendizagem porque desperta a atenção da criança surda e sua aprendizagem, porém há necessidade de estudar bem as imagens para que não haja interpretações errôneas a respeito do que nos comprometemos a vivenciar. A construção do livro com imagens, texto em Língua Portuguesa e desenho com a sinalização das cenas, contribuiu para uma aprendizagem prazerosa permitindo despertar sobre a alimentação saudável, valores da sociedade e nova visão da realidade. Com a vivência realizada sobre a literatura infantil “Chapeuzinho Vermelho” podemos afirmar que houve compreensão da história, ampliação do vocabulário em Libras, conscientização alimentar, e que o apoio do texto não-verbal assimilado pelas crianças surdas, que ainda não dominam a Libras facilita a aprendizagem das mesmas. Alguns autores nos ajudaram a compreender cada passo, trazendo indagações a respeito e assim nos fazendo refletir sobre como aprimorar o processo de planejamento e construção do livro para a aprendizagem do nosso alunado, neste contexto os autores que nos apoiamos foram: Dorziat e Figueiredo (2003), Strobel (2006), Queiroz (2011), Queiroz e Benite (2009), Zimmermann (2006), Trevisan (2008), Araújo (2007), Pires (2000), Ostetto (2000), dentre outros.