MENESES, Atalia Tainan De Freitas. A desconstrução feminina nos contos de fadas. Anais VII ENLIJE... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/45234>. Acesso em: 23/12/2024 03:20
Na atualidade, diante de um contexto de desconstrução de personagens e estigmas consagrados, observamos no processo de formação da literatura infantil um intercruzamento de muitas histórias contemporâneas com as clássicas. Em contrapartida, durante muito tempo, os chamados contos tradicionais ou de fadas personificaram na corporatura da princesa um imaginário de comportamento feminino/social, direcionando simetrias apolíneas relativas à beleza, delicadeza, bondade, inocência e candura. Desse modo, evidenciamos um aspecto de desterritorialização da representação dessa “mulher solar”, (re)configurando-a em um processo de alteridade feminina e do desfazimento de seus estereótipos. Assim, nossa pesquisa desenvolve um comparativo desses “papeis de e da mulher” na apreciação da personagem Fiona e suas representações de gênero e de sexualidades no filme Shrek, debatendo essas espacialidades femininas diante da instância de ideais pré-fabricados de uma felicidade perfeita e seus “finais felizes para sempre”, matrimônios não-conflituais, perfeitos e de total submissão aos seus maridos. Nesse sentido, de uma ficcionalidade “infeliz” para a formação de suas jovens leitoras. A partir daí, observaremos o gênero conto de fadas e a adaptação para o cinema produzida pela Walt Disney, analisando as representações de gênero através da figura da princesa. Para isso, utilizaremos como arcabouço teórico no aspecto das desconstruções para pensarmos o texto literário, a mulher, o imaginário e seus “corpos”, a literatura infantil, as representações de gênero e o campo formativo dos leitores: XAVIER (2007), MEIRELES (1984), ZILBERMAN (2002), COSSON (2006;2014), DELEUZE & GUATTARI (1994) entre outros autores.