Este trabalho tem por finalidade tecer algumas considerações sobre a fragilidade e fluidez das relações amorosas homoafetivas na obra La Virgen de los sicarios (1994), do escritor colombiano Fernando Vallejo. O romance aborda a relação homoafetiva entre Fernando, gramático aposentado, e Alexis e Wilmar, jovens sicarios (assassinos de aluguel) que vivem na marginalidade. Tomando como pressuposto que os sicários têm uma vida curta devido à "profissão" que exercem, a conduta de Fernando em namorar Wilmar tão logo que Alexis é assinado dialoga com a concepção de fragilidade das relações na pós-modernidade/modernidade líquida (BAUMAN, 2004). Assim sendo, a efemeridade do amor e tentativa de fuga das relações afetivas são elementos que compõem a narrativa de Vallejo ao mesmo tempo que se relacionam com os estudos de Bauman. Para ampliar a discussão, apropriamo-nos dos estudos de Deleuze (2006), Guatarri (2005) e Schöpke (2012) para fomentar a reflexão sobre a construção das personagens desde uma perspectiva da singularidade dos sujeitos. Concluímos, portanto, que as considerações trazidas aqui podem ajudar na (re)leitura, por leitores e estudiosos, para uma compressão crítica e reflexiva sobre a obra colombiana ao mesmo tempo que resgata algumas discussões já debatidas acerca das personagens homoafetivas na literatura contemporânea, especialmente, na hispanoamericana.