A literatura de cordel, por muito tempo, enfrentou o fato de não conseguir ser definida por meio de características peculiares ao gênero literário, sem padronização na forma, temáticas, número de páginas, tipos de impressão, ficou difícil conceber um molde para tal composição. Todavia adquiriu normas de composição, mediante um formato fixo estabelecido por dois cordelistas no final do século XIX. Também chamada de poesia popular, o cordel tem ao seu alcance diversas temáticas como: avarezas e espertezas, histórias com os animais, aventuras, tragédias e mortes, viagens fantásticas, relatos históricos, temas sociais, entre outras que permeiam o universo popular, e dessa forma, representam a história do povo e atraem um maior número de ouvintes e leitores. Apesar do grande leque temático utilizado pelos mais diversos cordelistas, a presença da crítica social mostrou-se contundente em alguns poetas, e tendo percebido esse viés na poesia de Antônio Francisco, objetivou-se nesse trabalho, analisar dois cordeis desse poeta, uma vez que, seus versos apresentam o viés da crítica social, destacando a necessidade do cuidado para com a Natureza e a tomada de consciência do próprio ser humano. Elaboramos ainda uma proposta metodológica para ser desenvolvida em sala de aula a partir do trabalho com os versos do poeta. Visitar a obra de Antônio Francisco nos convida a esse exercício constante de autocrítica e de crítica social, sem perder de vista a dimensão da sensibilidade poética, o que certamente o posiciona como autor cordelista de grande relevância na contemporaneidade. Fazê-lo conhecido entre toda uma nova geração de leitores, certamente contribuirá para a construção de uma consciência coletiva, permeada por sensibilidade e respeito aos animais e a natureza de maneira geral. Para tanto nos fundamentaremos nas terorias de autores como Abreu (1999), Ayala (2010), Marinho (2012), dentre outros, no que corresponde a Literatura de cordel e suas características, bem como no auxílio da análise da temática abordada nos folhetos.