Na década de 1970, Aguiar (1979) já observara, em pesquisa sobre o gosto de alunos pela leitura literária, que o lugar da poesia era sempre desprestigiado. Este fato permaneceu quase inalterável nos últimos quarenta anos, embora o número de bons livros de poemas infantis tenha aumentado a cada ano. Em pesquisa recente, sobre as indicações de obras literárias em escolas particulares de Campina Grande, um dado se destaca, embora não fosse o objetivo do estudo: trata-se da ausência de livro de poemas infantil na grande maioria das listas das escolas pesquisadas. Nesta comunicação apresentaremos e discutiremos esses dados, chamando a atenção para o contraste entre reflexões que enfatizam a dimensão educativa da literatura (PINHEIRO, 2018; HELD, 1980; BORDINI, 1986) e, ao mesmo tempo, o descaso no âmbito da indicação das obras líricas pelas escolas particulares.