Por muitos anos pessoas com algum tipo de deficiência eram rotuladas como indivíduos
incompetentes cognitivamente e com incapacidade de adequação a sociedade. Sendo assim, o livro “A
história da minha vida” que é a autobiografia de Helen Keller, escritora surda-cega norte americana,
surge como quebra de paradigmas a respeito desse público em uma época em que a assistência
educacional adequada às necessidades das pessoas especiais não era tão desenvolvida como
atualmente e também em um período onde a Língua de Sinais ainda não tinha o status linguístico na
sociedade como hoje. Logo tivemos por objetivo nesse trabalho analisar as contribuições da obra em
relação ao ensino-aprendizado e ao espaço do surdo-cego no ambiente escolar, pois entendemos que
tal literatura é capaz de gerar reflexões quanto ao poder transformador da educação e da linguagem na
vida de qualquer sujeito. Para fundamentar nossa pesquisa, nos baseamos nos estudos de Gesser
(2009) que discute sobre a Língua de Sinais, o Surdo e a Surdez, nas discussões de Schwartz (2003) e
Anquetil (s/d) que abordam a comunicação para surdos-cegos e também em Mantoan (2003) que
discute sobre a inclusão escolar. Os resultados parciais desse estudo indicam que o livro em questão é
uma ferramenta reflexiva para todos aqueles que discutem sobre a língua e sobre a educação, pois
além de revelar métodos de ensino-aprendizagem específicos as demandas da protagonista, também
rompe ideias pré-concebidas sobre os surdos-cegos.