Quem está inserido no âmbito rural ou em pequenas cidades e povoados do interior do Nordeste, provavelmente teve acesso à poesia popular oral, esta que, como o próprio nome já diz, emana do povo, da vivência diária dessas pessoas com os diversos elementos que compõem suas vidas. O presente artigo, nesse sentido, pretende debater acerca das aproximações e distanciamentos envolvendo a Literatura de Cordel e a Literatura Erudita, de modo a dar a visibilidade merecida àquela. Para tal análise, nos valemos das obras A bela adormecida, do francês Charles Perrault, já consagrada pelo cânone, e A bela adormecida no bosque, de Leandro Gomes de Barros, representando a cultura popular. Mostramos, nesse entremeio, as afinidades que a Literatura Infantil tem com a Literatura Popular, tanto por uma terem surgido ligadas uma à outra, como por se mostrarem sempre dispostas a acolher o fantástico e o maravilhoso em suas manifestações, por exemplo. Tentamos deixar em evidência a relevância que cada gênero tem dentro do seu contexto, das suas riquezas, das suas magias, independente da época de onde são provenientes. Atribuímos uma noção clara de que os aspectos composicionais, como linguagem e estrutura valoram a obra, seja ela uma narrativa em prosa ou em verso. Propomos uma metodologia capaz de levar o aluno a se interessar por essa dualidade, por esse diálogo entre gêneros distintos e temas que comungam entre si.