Em nossa sociedade, embora tenha ocorrido muitos avanços, continua a reproduzir discursos estereotipados acerca da literatura africana e afro-brasileira. Ao que parece insistem em não reconhecer a dívida histórico-social que o país tem com os negros e com a cultura africana. No Brasil, tornou-se recorrente a disseminação de preconceitos em relação aos afro-brasileiros, seus costumes e crenças. E quando citamos as mulheres negras, mães, solteiras, os discursos e olhares que se voltam para elas, tornam-se ainda mais estereotipados e violentos, pois ainda há aqueles que detém uma visão machista e ultrapassada , afirmando que após a maternidade a mulher deve se dedicar somente aos filhos, deixando em segundo plano a vida profissional e amorosa, ainda que não contem com a ajuda dos parceiros na educação e criação das crianças. Nesse sentido o espaço em que se situam essas mulheres, devido à falta de oportunidades é o espaço no qual só há miséria, drogas e violência. A literatura afro-brasileira na contemporaneidade permite que os escritores produzam textos livres e abordem as injustiças socias. Desta forma, o presente trabalho busca promover uma reflexão acerca da mesma como instrumento que pode auxiliar na desconstrução de estereótipos que circundam jovens negros.Com apoio teórico de Cuti (2010), Souza (1990) Nascimento (2008) Munanga(1986), refletiremos acerca dos percalços da maternidade para mulher negra, além do preconceito racial, no conto “Maria” de Conceição Evaristo.